Inéditos
Fabio
Morábito
( trad.
Vasco Gato)
Pedem-me
sempre poemas inéditos.
Ninguém lê
poesia
mas pedem-me
poemas inéditos.
Para a
revista, o jornal, a performance,
o encontro,
a homenagem, o sarau:
um poema,
por favor, mas inédito.
Como se
soubessem de cor o que escrevi.
Como se
estivessem cheios da minha poesia
e
precisassem agora de algo inédito.
A poesia é
sempre inédita, disse o poeta num poema,
mas eles
ignoram-no porque não lêem poesia,
só pedem
poemas inéditos.
Fonte: Blog Modus Vivendi
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