Poeta, contista, cronista, romancista, memorialista e diarista. Membro da Academia Piauiense de Letras. Juiz de Direito aposentado. *AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES, E NÃO TRADUZEM OBRIGATORIAMENTE A OPINIÃO DO TITULAR DESTE BLOG.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
ARTE-FATOS ONÍRICOS
UM INCIDENTE QUASE ACIDENTE
Ao chegar ao prédio em construção, logo percebi que o elevador de serviço não tinha proteção no local em que ele parava, no térreo. Seu percurso era pela parte externa da parede, uma vez que após o término da obra seria retirado pela construtora. Notei que a situação era perigosa para todos, e para as crianças em particular. Vi que algumas delas rondavam nas proximidades. Adverti os operários sobre esse perigo. De súbito vi o elevador descendo, e umas crianças no local onde o fundo do equipamento ficaria apoiado. Tive a certeza de elas tinham sido esmagadas, mas não ouvi nenhum grito e nenhum barulho estranho, como de carne e ossos sendo esmagados. Logo ficaram em volta do local várias pessoas e muitos operários. Ao subirem o elevador para averiguação do acidente, percebeu-se que as crianças estavam vivas, dentro de um buraco, uma espécie de alçapão. Vários circunstantes afirmaram terminantemente que no local não havia aquela cavidade, que salvara os meninos. Outros, de forma peremptória, disseram que havia. Eu tenho a convicção de que não havia tal cavidade. Para mim o piso era uniforme, em todo o recinto. Perguntei a um dos meninos sobre o que acontecera. Ele me falou que, repentinamente, um vulto os puxara para o chão. Indaguei a respeito desse vulto, mas o menino ficou constrangido, como se estivesse com medo, e nada mais respondeu. Tentei ver a planta da construção, mas me foi negado o pedido, sob a alegativa de que eu não tinha nada a ver com o caso. Tenho a impressão de que a vida, às vezes, parece um sonho ou um pesadelo. Ou será o sonho e o pesadelo que se confundem com a própria vida real?
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