Poeta, contista, cronista, romancista, memorialista e diarista. Membro da Academia Piauiense de Letras. Juiz de Direito aposentado. *AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES, E NÃO TRADUZEM OBRIGATORIAMENTE A OPINIÃO DO TITULAR DESTE BLOG.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
DIÁRIO INCONTÍNUO
Dom Pedro Casaldáliga e o cais de São Félix do Araguaia
17 de fevereiro de 2010
Retornando para Teresina, levo na bagagem vários livros, que o meu cunhado Beré trouxe de São Félix do Araguaia, enviados por Lozinha e Nilva, irmã e sobrinha de minha mulher respectivamente. A segunda é a atual vice-prefeita do município. Os livros são Cartas Marcadas, de D. Pedro Casaldáliga, Sertão de Fogo, de Adauta Luz Batista, e Meu Araguaia Querido, de Erotildes da Silva Milhomem. Dom Pedro era admirado pelos componentes do grupo do jornal Inovação, de que fiz parte, pelas suas posições, por seus questionamentos políticos, por sua luta por uma sociedade mais justa e mais fraterna, e pela opção preferencial pelos pobres. Nasceu na Espanha e foi bispo da diocese de São Félix desde 1971 a 2005. É ainda poeta e escritor. De Cartas Marcadas disse Dom Demétrio Valentini, na apresentação: “Apresentam-se como 'cartas marcadas', pois decorrem de um claro compromisso de pastor, que extravasa em sua linguagem de poeta sua lúcida visão da realidade e sua decidida opção pela causa do povo”. Esses jovens do Inovação sonhavam com a vinda para a diocese de Parnaíba de um bispo engajado nas lutas sociais e que promovesse o avanço das comunidades eclesiais de base, o que terminou não acontecendo durante o tempo em que o jornal circulou. Por isso mesmo, o jornal fez uma entrevista com um padre que aparentava ter ideias avançadas, e o religioso se mostrou firme e contundente na entrevista. Contudo, quando esta foi publicada, parece que o clérigo recebeu uma reprimenda do bispo parnaibano, porque tentou desdizer algumas frases da entrevista, quando na verdade tudo estava documentado na fita magnética, sem que tenha havido erro na transcrição. Dom Élder Câmara era outro bispo que admirávamos, tanto por sua posição política, como por sua coerência e modo de vida.
É considerado um dos primeiros habitantes e um dos fundadores de São Félix do Araguaia Severiano Neves, irmão do pai de Fátima, minha mulher. Quando a cidade não existia, ele montou sua residência na localidade, e depois empreendeu uma viagem ao Piauí à procura de novos habitantes, dando início ao povoamento do lugar. Colho na internet, na Wikipedia, a seguinte informação: “Em 23 de maio de 1941, desembarcava no rio Araguaia, em território mato-grossense, a família de Severiano Neves, acompanhada de outras famílias provenientes do estado do Pará, em busca de um futuro melhor. Iniciando-se assim um novo povoado, próximo a santa Izabel do Morro, antiga morada dos índios Carajás, habitantes milenares do rio Araguaia e da Ilha do Bananal. A denominação de São Félix foi dada pelo Bispo D. Sebastião Thomaz Câmara no dia 20 de novembro de 1942.” Quando a localidade passou a município, foi Severiano Neves o seu primeiro prefeito. Segundo informação de minha mulher, ele nasceu em Buriti dos Lopes – PI, no povoado Várzea do Simão, filho de Simão Pedro e Firmina.
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