Vicente de Paula e Francisco Carvalho
19 de janeiro
NA BANCA DO LOURO
Elmar Carvalho
Sempre que vou a Parnaíba, visito a banca de jornais e revistas do Louro, que é meu conhecido desde os áureos tempos do jornal Inovação. Fica na praça da Graça, quase em frente à agência da Caixa Econômica Federal. Ali, tomo conhecimento dos periódicos e livros que foram publicados na cidade. Nas suas imediações, geralmente encontro algum velho amigo, ou, pelo menos, através do Louro, recebo notícia de algum conhecido que esteja visitando Parnaíba. Assim, soube que o Flamarion Mesquita, que hoje mora em Palmas, no Tocantins, esteve na urbe, visitando seus parentes. É ele um competente professor de inglês e notável desenhista. Foi um dos principais ilustradores do Inovação. Fez capas e contracapas de nossos livros mimeografados, geralmente obras coletivas de que tive a honra de participar. Não tive, entretanto, a oportunidade de abraçá-lo, como gostaria. Também tive notícia do dr. Nicodemos Ramos, que recentemente tomou posse de sua cadeira na Academia Parnaibana de Letras, em inesquecível noite de literatura e arte.
Pude reencontrar o Francisco Carvalho, que há muitos anos não revia. É parnaibano. Vim a conhecê-lo em Teresina, em 1983 ou um pouco depois, quando ele exerceu cargo na Delegacia do Ministério da Educação no Piauí. Foi colaborador do jornal Inovação. Depois, foi removido para Fortaleza; hoje, se encontra em São Luís, porém lotado na FUNAI, mantendo, portanto, contato com os índios maranhenses, que, ao contrário do que ocorreu em nosso estado, não foram extintos. Falou-me de seus vários projetos intelectuais. Disse que pretendia escrever uma monografia sobre o antigo Ginásio São Luiz Gonzaga, mas que não o fez porque não encontrou subsídios informativos para a empreitada. Por coincidência, estava conosco o Vicente de Paula (Potência), que ostentava na gola da camisa o broche comemorativo dos 50 anos da primeira turma do Colégio Estadual Lima Rebelo, originário da estadualização do antigo Ginásio Parnaibano pelo governador Chagas Rodrigues, que desse modo beneficiou os estudantes pobres do município. Francisco Carvalho acrescentou que gostaria de escrever um livro, de caráter sociológico, com interpretação, análise e crítica (e não meramente enumerativo de fatos e datas), sobre a intelligentsia piauiense. Respondi-lhe que essa obra viria em boa hora e seria única no gênero. Resta-nos torcer para que esse importante projeto se concretize, para que possamos aplaudi-lo com ênfase e em pé.
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