terça-feira, 24 de abril de 2012

Jesus Cristo fora da Bíblia



José Maria Vasconcelos
josemaria001@hotmail.com

No feriado da Semana Santa, recolhi-me no sítio. Recolher-se, acolhendo familiares, tarefa saudável, porém complicada pelo barulho e cozinha farta. Precisava saciar-me o espírito, estudando a história de Jesus Cristo, fora dos relatos bíblicos. Selecionei cronistas confiáveis, do início do cristianismo, sem enxertos lendários e sentimentais, como projeta o cinema e vendedores de ficção. Em seguida, fui atrás do que ainda se conserva dos primitivos pergaminhos e papiros dos evangelhos. O resultado foi grata satisfação para minha surpresa, de me aprofundar em Jesus Cristo, histórico, na fé inteligente, sem melosidade. Aprecie comigo valiosos depoimentos de testemunhas primitivas, fora da Bíblia. Papiros e pergaminhos dos evangelhos ficam para outra oportunidade.
Publius Cornelius Tacitus, nascido no ano 55, depois de Cristo, e morto em 120, escritor, orador e cônsul romano, falando do incêndio de Roma, ano 64: "Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade. Para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de cristãos. Este nome vem-lhes de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador romano Pôncio Pilatos..."
Plínio Jovem, governador da Bitínia, na Ásia Menor, escreveu ao imperador Trajano, no ano 112 "...os cristãos estavam habituados a se reunir, em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus." Caius Suetônius Tranquillus, historiador romano, referindo-se ao reinado do imperador Cláudio(41 a 54): "Ele expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestrós (forma grega de Cristo), causadores de frequentes tumultos." Esta informação coincide com o relato dos Atos dos Apóstolos (cap.18), escrito pelo evangelista Lucas: "Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma." O Talmud (coletânea de leis e comentários históricos dos rabinos posteriores a Jesus, que eles próprios combatiam: "Na véspera da Páscoa, suspenderam a uma haste(cruz) Jesus de Nazaré. Durante 40 dias, um arauto, à frente dele, clamava:"Merece ser apedrejado, porque exerceu a magia, seduziu Israel e o levou à rebelião. Quem tiver algo a justificar venha proferi-lo!" Nada porém se encontrou que o justificasse, então suspenderam-no à haste, na véspera da Páscoa."
Flávio Josefo (37 a 100), historiador judeu, fariseu, que acompanhou e descreveu de destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos, também deixou esta preciosa informação em seu livro, Antiguidades Judaicas: "Por essa época, apareceu Jesus, homem sábio, se há lugar para chamarmos homem. Porque Ele realizou prodígios...arrastou judeus e gregos...Ele era o Cristo...Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-O ao suplício da Cruz...ao terceiro dia apareceu ressuscitado, como anunciaram os divinos profetas, juntamente com mil outros prodígios. Ainda hoje subsiste o grupo, que recebeu o nome de cristãos."
Existem dezenas de evangelhos não aceitos por exegetas sérios. Trata-se, segundo eles, de textos apócrifos, isto é, que não apresentam inspiração divina, mas interferência de sentimentos pessoais dos autores..
Meio a árvores, plantas, frescor, pássaros e silvo da floresta, fica fácil experimentar a presença e estudo de Deus. Porque o bem não faz barulho nem o barulho faz bem.

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