João Alves Filho
A
origem dos nossos com os campos de Portugal e, o nosso primeiro
visitante empreendedor foi o Sargento-Mor Bernardo de Carvalho e
Aguiar, que no ano de 1697, entre os meses de março e abril,
instalou a Fazenda “Bitorocara”, localizada na confluência dos
rios Longá e Surubim. Portanto, o primeiro nome da atual Campo
Maior.
Instalada
a fazenda com rebanhos deslocados das Províncias de Pernambuco e da
Bahia, Bernardo de Carvalho e Aguiar iniciou a povoação, com a
construção da Igreja, inaugurada no dia 12 de novembro do ano de
1712, com a celebração da primeira Santa Missa pelo Padre Tomé de
Carvalho. Elevada a Catedral no dia 12 de junho do ano de 1976 e,
também em homenagem a Portugal, dedicou a Santo Antônio de
Pádua,santo de origem portuguesa, permanecendo para sempre como o
padroeiro de Campo Maior e da Diocese.
Em
torno da Igreja outras fazendas foram se instalando e o povoado
aumentando, tendo como fazenda principal Bitorocara. Portugueses da
família Carvalho chegavam para investirem na pecuária e na
agricultura. Solo encantador e pastagem de boa qualidade e água com
abundância nos rios Jenipapo, Longá, Surubim, Rio Fundo Marathaoan
e Titara, estimulavam os investidores a aplicarem suas economias, em
cujos campos foram instaladas as maiores fazendas do Nordeste do
Brasil, tornando a Província do Piauí, detentora do maior rebanho
bovino e de outros animais.
Com
o desenvolvimento da comunidade em torno da Igreja e das fazendas que
se instalavam com certa rapidez, o nome Bitorocara foi substituído
no ano de 1715, por FREGUESIA DE SANTO ANTÕNIO DO SURUBIM, portanto,
o segundo nome.
No
dia 08 de agosto do ano de 1762, a comunidade sentindo a necessidade
de uma melhor organização, reúne-se na Igreja, em Assembléia
Geral, atendendo convocação do Governador João Pereira Caldas, o
primeiro da Província do Piauí e sob sua presidência aprova o nome
de VILA DE CAMPO MAIOR, dando cumprimento a Carta Régia de 1761,
assinada por Dom José I – Rei de Portugal. Na oportunidade foi
constituído o PRIMEIRO CONSELHO MUNICIPAL, com poderes para
legislar, tendo como primeira Lei o Código de Postura e
Regulamentação do uso da água da Lagoa, além do Estatuto da
Comunidade, aprovados pela Assembléia. O dia 08 de agosto é,
portanto, a data escolhida pela comunidade para comemorações
festivas (data de aniversário) e por sua importância é feriado
municipal. Eis aí o terceiro nome de Campo Maior.
Com
o fim do Regime Imperial e a conquista da Proclamação da Republica
no dia 15 de novembro de 1889, sob o comando do líder Marechal
Deodoro da Fonseca, designou para governar o Piauí, o General
Taumaturgo de Azevedo, piauiense da cidade de Barras. O primeiro ATO
do seu Governo, foi para nós, da maior importância, com a
assinatura do Decreto nº1, do dia 27 de dezembro de 1889, elevando a
Vila, para município de Campo Maior. Aí, a segunda data oficial.
Infelizmente não é comemorada. Sequer o Poder Executivo Municipal
toma conhecimento de sua existência. Nem as escolas fazem qualquer
manifestação. É lamentável.
É
fácil entender que Campo Maior é realmente uma cidade de origem
portuguesa, pelos motivos que se seguem: 01- O nome Bitorocara, uma
homenagem a uma Vila existente na época, hoje, uma bonita cidade. 02
– O primeiro grande empreendedor, o português BERNARDO DE CARVALHO
E AGUIAR, reconhecido por Lei Municipal o FUNDADOR DE CAMPO MAIOR. 03
– As primeiras famílias que para cá, se deslocaram, início do
século XVIII: Carvalho, Castelo Branco, Pacheco, Miranda e Costa
Araújo. 04 – O Santo Padroeiro, SANTO ANTÕNIO DE PÁDUA, de
origem portuguesa e da tradicional família Bulhões. Na Pia Batismal
recebeu o nome de Fernando de Bulhões. Nasceu no dia 15 de agosto do
ano 1191 e faleceu no dia 13 de junho do ano de 1230 (39 anos de
idade). 05 – Por fim, o nome Campo Maior, uma homenagem a uma
cidade com o mesmo nome. Bem que poderia ser em homenagem aos nossos
bonitos e verdejantes campos. Infelizmente, NÃO.
João Alves Filho é membro ativo das seguintes instituições culturais:
-Academia
Campomaiorense de Artes e Letras-Acale
-Academia
de Letras do Vale do Longá – Alval
-Academia
Piauiense de Mestres Maçons – APMM
-Academia
Maçônica de Letras – Amalpi
-União
Brasileira de Escritores – Secção Estado do Piauí
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