Bitupitá - CE |
Granja - CE |
Vicente
de Paula Araújo Silva
Vivenciávamos o ano de 1963, quando ainda servindo o
exército no Tiro de Guerra nº 200, fui oportunizado pelo amigo do
meu pai Ição, o Sr. Antonio João Ribeiro, Gerente da empresa
Estabelecimentos James Frederick Clark S/A, a trabalhar naquele
conceituado empreendimento comercial. Após o início no setor
Despachos de Mercadorias, fui deslocado para a Contabilidade, onde
prestavam serviços, destacados contabilistas entre eles Francisco
das Chagas Veras Neves, conhecido pelo alcunha de Balula. Nossa
amizade perdurou em vida até ontem, 08 10 de junho deste ano 2012, e
ela foi entrelaçada a partir de nosso gosto pelas artes literárias,
musicais e também boêmias, incluindo aí muitas noites vadias e
muitos copos quebrados quando o mesmo recitava os poemas Eulália e
As mãos de Eurídice. Outrossim, a nossa descendência da família
Veras, cuja história no Maranhão, Piauí e Ceará teve o seu início
em 03/03/1660, quando partiram do Maranhão em visita à missão da
Ibiapaba, os jesuítas Pe. Antonio Vieira e Gonçalo Veras,
acompanhados do tapuia Jorge Ticuna, filho do chefe Algodão, que
havia retornado da viagem a Portugal para agradecer a El Rei, a
presença da missão jesuíta na serra da Ibiapaba. Assim,
oficialmente, o Pe. Gonçalo Veras foi o primeiro membro da família
Veras, a estar nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará.
Essa
trajetória iniciou-se quando em 19/07/1705, o Cel. João Pereira
Veras e sua mulher, vindos de Porto em Portugal, após residirem em
Pernambuco, receberam sesmarias de terras a partir do mar pelo rio
Acaraú (Ceará). Seu irmão Tomás Pereira Veras e sua mulher Joana
da Costa Medeiros, também estabeleceram-se na região e um dos seus
netos, o cearense Domingos Ferreira de Veras, introduziu a família
Ferreira Veras na área compreendida entre a orla marítima da
ribeira do Acaraú ao delta do rio Parnaíba, passando pelas serras
Meruoca e Ibiapaba, incluindo os vales dos rios Timonha, Ubatuba,
Camurupim, Pirangí , Jacaraí , Piracuruca e Portinho.
A
ligação da família Veras com a região da Parnaíba, já existia
na primeira metade do século XVIII, fato comprovado pela
cumplicidade do abastado fazendeiro cearense Domingos Ferreira de
Veras com nativos tremembés ainda moradores no litoral piauiense,
conforme atesta o registro de batismo a seguir, transcrito do Liv.
Missão Velha, 1740/1747, fl. 119v: “Aos oito dias de abril de
mil setecentos e quarenta e três, na Faz. Tiaya, em casa do Cel.
Domingos Ferreira de Veras, bautizei a Vicente, filho de Vicente e
sua mulher de nação Tremembé, e lhes pus os Santos óleos. Item no
mesmo dia bautizei a Quitéria da nação Tremembé. Todos estes
tapuias assima ditos são do rancho do tapuia velho chamado Machado
que há muitos annos vivem sobre si e assistem entre a barra do rio
Timonha e a barra do rio Camoripim junto a beira do mar, pertencentes
a aldeia do Aracati Mirim, cita nesta freguezia de Nossa Senhora da
Conceição do Acaracu. Pe. Lourenço Gomes Lelou, cura e vigº da
Vara do Acaracu”.
Efetivamente,
a presença da família Veras em Parnaíba, deu-se através de Diogo
Alvares Ferreira de Veras (Diogo Alves Ferreira) e Antonio Alvares
Ferreira de Veras , onde os mesmos tiveram fortes influência
financeiras. O primeiro estabelecido em 1762, no lugar Frecheiras,
foi a pessoa mais influente na instalação da Villa de São João da
Parnahiba, onde existia a igrejinha de Nossa Senhora de Monte
Serrate, eregida em 1711, pois o mesmo, era dono de um dos seis
armazéns de salga de carne existentes no lugar “Cítio dos Barcos”
na beira do rio Igaraçu, enquanto o segundo foi juntamente com
Domingos Dias da Silva, José Gonçalves da Silva e Bento Gonçalves
da Silva, arrendatário do Dízimo na Província, no período de
1788 a 1790 .
Os
Veras e os “Galinha D’agua”, oriundos do Ceará, formam os
maiores núcleos familiares em Parnaíba.
Nota: A avó materna do articulista, Gonçala Ferreira
Veras, nascida na localidade Leitão, próxima à Praia de Bitupitá,
antigamente município de Camocim, e a mãe de Balula, Ilúlia
Ferreira Veras, nascida em Ibuguassu, município de Granja, são
descendentes de Domingos Ferreira Veras.
Nosso velho "poeta" você mais uma vez contribuindo para história e fixação da memória das famílias PARNAIBANAS. Abs Jonas Fontenele
ResponderExcluirO nosso velho "poeta" Vicente de Paula (Potência) é hoje um dos grandes historiadores de Parnaíba, além de cantor e compositor da melhor cepa.
ResponderExcluirO resgate da História é fundamental para compreendermos o nosso tempo presente.
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