terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Evangelistas de novos créditos



Fonseca Neto

Desde a década de 40 do século passado, somente cresceu, em nomes, estabelecimentos e diversidade de ramos, o empreendedorismo comercial dos Evangelista na capital do Piauí. Né Evangelista, o pioneiro da família por estas bandas, é esse abridor de portas do qual tanto se tem falado.Casado em 1936 com a prima Maria Doralice, seus primeiros filhosnasceram no Maranhão e os demais em Teresina: Maria Esperança, Manoel Filho, Maria Erlinda, Maria Eva, Lidinalva, Josué, Eva Maria, Adalberto, Reginaldo, Lindalva, Humberto, Maria Doralice.

De chegada, Neto Rêgo e seu amigo Né se fazem sócios, em “A Brasileira”, uma loja de variedades, de Teresina, que seria a mãe dos negócios de um e de outro. Separam-se, depois, ficando o segundo com a loja fantasiada com esse nome, enquanto Neto constituiria a sua, chamada “A Nacional”, depois e até hoje reconstituída como “Casa Regente”.

É pertinente lembrar que dos filhos dos patoenses Narcisa e Torquato – Manoel, Maria, Almira, Rosa, Cornélio, Alzira e José Sobrinho –, além do próprio Né, seu irmão, Cornélio Evangelista da Costa, seria mais tarde uma conhecida referência no comércio do centro de Teresina, inicialmente titular do bazar Tupã, depois, inspirado por sua mulher, Adélia Murad (de Coroatá, MA) de uma lanchonetetipificada por seu pão com queijo. E são vários dos filhos de Né, além de primos, sobrinhos, cunhados e genros, com envolvimento na atividade mercantil, mantendo essa família em seu senhorio o lugar da Malhada d’Areia, com a parentela que por lá ficou.

São João dos Patos da infância, juventude e primeiras aventuras de Né, é um próspero município no contexto daquela nesga de sertão dos Pastos Bons primevo, colada ao Parnaíba e assim parte de sua calha de mais de mil quilômetros. Município constituído em 1892 – separado do de Passagem Franca –, mesmo ano de nascimento de Joana da Rocha Santos, “Dona Noca”, que, em 1933, ascende ao poder municipal, líder forte e laboriosa prefeita, cuja família também teve na indústria e no comércio um diferencial naquele meio social em que predominava o latifúndio da roça agregada e do curral de bois olhando a si mesmos. Nesse sentido, Noca e Né, mais que simbolizando, encarnam, um diferencial de positiva ruptura na vida local, baldadas certas altercações entre ambos. Em certo momento da intensa luta política dos Patos, Né se aproxima do capitão Antonio dos Reis da Fonseca, de nutrida obstinação anti-Noca.

Além da Malhada, Porto Seguro, Várzea do Meio e Teresina, sempre com um pé na Fazenda e mão na Loja, Né expandiu seus negócios ao município de Caxias, com usinagem, erguendo um animador ponto de trocas no lugar “Paiol”, porto fluvial no rio Itapecuru. Na própria Teresina, assinalando essa dupla paixão – terra/gado e praça de comércio –, foi proprietário do sítio “Redonda”, margem direita do Poti, então zona rural da capital, hoje área urbana, com conjuntos habitacionais –Parque Jurema, e vilas de nome Manoel Evangelista I e II, um com o qual a capital o homenageia.

Bem posto com negócios em Teresina, e prova de seu apego à terra natal, Né será um fator agregador de conterrâneos migrados para cá, bastando registrar que nos empreendimentos dos Evangelista, em geral, há um predomínio de colaboradores patoenses. Aliás, nesse propósito, intencionado no congraçamento dos conterrâneos aqui moradores,concorre decisivamente para viabilizar a iniciativa de criar, em 1957, uma associação representativa deles,a Colônia Patoense de Teresina, de relevantes serviços prestados, da qual é o presidente de honra.

Convém também anotar que, além dos Evangelista, mais negociantes oriundos do citado município ergueram seus empreendimentos, aqui e em Timon, invariavelmente no ramo dos tratos comerciais: mais conhecidos, Augusto Ferro (pioneiro do bairro-feira do Mafuá); Abrahão Gama; Sabino Porto; Napoleão Guimarães (este da Sucupira do Riachão, estabelecido em Timon) e seu filho Paulo Delfino.

Diz-nos Adalberto Evangelista, filho de Né, sero seu pai “um homem simples, humilde, sem muita instrução, mas que soube se fazer na vida, deixando todos os filhos bem encaminhados, não lhes deixando faltar nada: VEIO AO MUNDO NÃO POR PASSEIO, MAS A SERVIÇO”.

2 comentários:

  1. Adorei a matéria. Sou da cidade Cristino Castro, Me chamo Calebe Temporal, sou professor de História e fã do grande historiador Fonseca Neto. Parabéns blogueiro poeta Elmar, gostei muito, também tenho um blog - CATINGA-DE-PORCO. Meu email: prof.calebetemporal@Yahoo.com.br

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  2. Adorei a matéria. Sou da cidade Cristino Castro, Me chamo Calebe Temporal, sou professor de História e fã do grande historiador Fonseca Neto. Parabéns blogueiro poeta Elmar, gostei muito, também tenho um blog - CATINGA-DE-PORCO. Meu email: prof.calebetemporal@Yahoo.com.br

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