Miguel e Rosália |
HOMENAGEM
A DONA ROSÁLIA
José
Francisco Marques (*)
“Se
a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens.” 1Co 15.19.
Não sei que estranha força me levou a escrever.
Inexplicavelmente encontro-me sentado à mesa a digitar palavras que
parecem ser sopradas por anjos divinos que, ao meu ouvido, balbuciam
uma oração em forma de consolo, a mim que também sofro a perda de
tão significativa amiga. Falar de Dona Rosália é ter um léxico
infindo de flores à minha disposição, é versar sobre a bondade
personificada por apenas uma pessoa, é testemunhar a dignidade
palpável e explícita.
Nas vezes que Deus me permitiu a sua convivência, senti
de perto o aconchego maternal que a sua figura tão bem representava.
Pude testemunhar a atenção que despertava ao falar com maestria e
sabedoria que o tempo a fez absorver. Enriqueci-me como pessoa ao ter
o privilégio do seu convívio e sobretudo procurei aplicar em minhas
ações cotidianas as inúmeras virtudes que lhe pude assimilar.
Poucos dias antes de adoecer, Dona Rosália esteve na
casa de minha mãe e em conversa com ela manifestou orgulho e
satisfação por minha amizade com Elmar (filho a quem sou mais
próximo). Acrescentou a seu comentário que despertava por mim um
sentimento maternal. Aquelas palavras me fizeram sentir que a minha
luta diária pela melhoria espiritual, naquele momento, obtinha a
melhor resposta que eu poderia ouvir.
Era
generosa por excelência e possuía o rico dom do altruísmo. Vibrava
com o crescimento do próximo como se fora dos seus. Isso, a meu ver,
a diferençava por demais, sobretudo nos tempos atuais, onde a
ganância e a falta de cristandade afloram e galopam a passos
meteóricos.
Senti, e não posso negar, diferenciadamente a morte de
tão querida amiga. Esse fato tornou-se agregado a minha companheira
insônia. Mas, nas reflexões que se seguiram, encontrei consolo
(creio que a família também), na boníssima alma que fora elevada a
um patamar maior onde certamente receberá as benesses pelas práticas
filantrópicas costumeiras.
Que belo lugar deve esperá-la. Que vales verdes
e orvalhados, que lago de águas cristalinas com árvores frondosas e
habitadas por pássaros que em coro uníssono cantam a canção da
paz. Paz que tanto desejou a todos em sua convivência terrestre, paz
que, com a ajuda de Deus, finalmente encontrou.
As
hostes celestiais receberam substancial reforço. Nós, um legado de
exemplos benéficos e profícuos.
Descanse em paz!!!!!!!!
(*)
O autor é professor, compositor e instrumentista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário