Fiapos
do Coração
Oliveira
Neto (1907 – 1983)
Meu
coração de velho transformou-se
Numa
jangada leve, sem pujança,
Cuja
vela no tempo esfacelou-se
No
caprichoso vento da esperança...
A
energia do amor desventurou-se,
Perdeu
aquela chama de bonança
De
que tanto nas lutas orgulhou-se
Com
sucesso vigor e segurança...
E
agora remendando com fiapos
Dos
versos que se foram mundo em fora,
Contenta-se
em forjar estes farrapos
De
poesia sem flama e sem beleza
Por
lhe faltar o brilho da sonora
Sugestão
divina! Da Natureza!
(Extraído
de Antologia dos Poetas Piauienses, de Wilson Carvalho Gonçalves)
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