SONETO XLIII
Ovídio
Saraiva (1787 – 1852)
Eis o templo
de Amor: Amor se assenta
Num rubro
trono; nos degraus sangrentos
Sobre mil
corações, já sem alentos.
Seu tirano
poder de bronze ostenta.
Magro ciúme
rábido atormenta
Vivas
entranhas com fatais tormentos;
A suspeita
infernal, surda a lamentos,
Males, e
males mais cruéis inventa.
De sangue
rios mil cortam o Templo,
São mais os
ais, são mais gemidos, brados,
Que as
areias do mar, do Céu que estrelas.
Oh! feliz,
Inocência, eu te contemplo:
Mísero
amante, vê aqui teus fados;
Eis o templo
de Amor, do Deus, que anelas.
Fonte: portal Poetas do Piauí
Quanto talento tinha Ovidio Saraiva!. Que belo poema!
ResponderExcluirItamar Costa