MENINO OU MENINA? NÃO, SÓ CRIANÇA
José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com
Quase meio-dia. A coordenação do
programa Agora, da TV Meio Norte, telefonava-me, convidando-me para participar
de debate, às 12.40. Topei, sabendo dos percalços do exíguo tempo de preparação
e complexidade do tema, IDEOLOGIA DE GÊNERO. Naquele momento, a Câmara
Municipal de Teresina, lotada e barulhenta, discutia o PLANO DECENAL DE
EDUCAÇÃO. O público acendeu-se e dividiu-se quanto à designação de sexo e
gênero das crianças. A televisão transmitia a sessão, com chamadas em tempo
real. Nenhum dos debatedores, porém, compareceu ao programa Agora. E agora? Só
eu e poltronas vazias. Montou-se uma entrevista improvisada comigo, nos jardins
externos. O repórter, catando o que me perguntar, e eu, desengonçado, mas
trêmulo. Bem-feito, não se tomam decisões levadas por emoções e interesses
pessoais de classes e partidos. IDEOLOGIA DE GÊNERO é um desses movimentos
apaixonados, que se assemelham a debates e decisões improvisadas.
Cincinato Leite, de Messejana, na grande Fortaleza,
solicita-me uma crônica que trate da questão do gênero. Caro Cincinato, temas
polêmicos, como esse, surgem num momento em que o país acompanha, assombrado e
indignado, monumentais desvios financeiros de governos e empresas.
A discussão da IDEOLOGIA DE GÊNERO serve de porre homérico
para desviar as atenções da sociedade para os graves crimes. Repetiram mesmo
recurso, durante período de julgamento
e condenação dos mensaleiros: montaram o teatro da COMISSÃO DA VERDADE:
arrancaram ossadas do ex-presidente João Goulart, cassado pelo regime militar,
além dos “heróis” comunistas executados naquela época, como desforra contra as
decisões do Judiciário.
No senso comum, o termo ideologia contém o sentido
doutrinário e visões de mundo por um indivíduo ou grupo, orientados para ações
sociais, especialmente políticas. Serve de instrumento de dominação, persuasão
e convencimento, alienando a consciência humana ao extremo.
A ideologia mascara a
realidade, cega a opinião pública, seja no campo político, como no território
religioso exacerbado, já culminou em suicídio coletivo. Teorias naturalistas de
Charles Darwin e Francis Galton, cujos estudos se baseavam na hereditariedade e
seleção natural, despertaram virulento racismo, a partir da segunda metade do
século XIX. Na época, Galton cunhou o termo EUGENIA, que desaguou no arianismo
nazista, espalhando-se pela Europa e América. Escolas religiosas, inclusive em
Teresina, criavam barreiras para matricular negros e caras pálidas. Nos anos
60, movimentos feministas resgataram valores das mulheres, porém causaram
certos dissabores no universo do lar, como o divórcio.
Suécia e Holanda já adotam a IDEOLOGIA DE GÊNERO, isto é,
crianças nascem sem sexo, portanto nada de denominá-las, em documentos, o
gênero. Quando crescidas elas/eles decidirão a sexualidade. Movimentos gays
batem palmas, avançam, quase na tentativa, não de exigir que lhes respeitem a
opção sexual, mas que todos sejam como eles/elas. Papa Bento XVI bem expressou:
“Com o ateísmo, A IDEOLOGIA DE GÊNERO é a última rebelião da criatura contra
sua condição de criatura”. Final dos tempos?
Corretíssimo. Tola teoria, como quase tudo que esse pessoal discute.
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