segunda-feira, 1 de agosto de 2016

SOCIOLOGIA (SENTIMENTAL) DA BANCA DO LOURO


Nesta fase saudosista do blog, em que foram homenageados o professor Gilberto Escórcio, recentemente falecido, Genésio da Silva Costa (Geruca) e o Louro da banca de revista, recebi o seguinte e-mail do Dr. Pádua Ramos, grande cidadão e notável exemplo de homem público:
“Caríssimo Elmar,
Antes de mais nada, quanta alegria em receber notícias suas!  Valeu...
Por coincidência, a Banca do Louro exerce sobre mim uma espécie indefinida de sentimento mítico ou místico, nem sei.  Muitas vezes saía da Missa do final da tarde na Catedral e me sentava / me sento perto da banca, que contemplava/ contemplo discretamente.  Cheguei mesmo a escrever uma poesia que lhe enviarei como anexo ou então, dada minha dificuldade em mexer com computador, via outra mensagem em seguida a esta. (*) Curti a charge...
Abs., Pádua Ramos.
(*) Depois dos 70 anos perdi a inibição para fazer poesia.  (Coitadinha da poesia...).”

Com relação à parte final de seu e-mail, respondi: "(...) o amigo está me saindo muito mais poeta do que muitos que estão por aí e se dizem poetas". Anexo ao e-mail, veio o belo poema abaixo:

SOCIOLOGIA (SENTIMENTAL) DA BANCA DO LOURO

Pádua Ramos

Quando o véu do lusco-fusco cobre de cinza a Parnaíba
Quando a Praça da Graça se esvazia na sua crepuscular soledade
Quando, buscando o oceano, muito além,distante
O Igaraçu enlaça amoroso a Cidade
Cantando-lhe, de ninar, doce cantiga
– Eis que aBanca do Lourose ilumina, na quietude daquele silenciosoinstante

Não é assim nas manhãs febris
Não é assim nas tardes ensolaradas

A Banca do Louro traz o mundo
Para dentro de nosso pequeno mundo:
“O sol nas bancas de revista
...
Se reparte em crimes
Espaçonaves guerrilhas
Em Cardinales bonitas”

Na Banca do Louro...

Ali se debatem divergências
Ali se conjugam convergências
Reflete-se ali, da Parnaíba, a alegria e a dor
A Banca do Louro resume a Cidade
No crepúsculo e no esplendor
No que tem assim de desamor
Como de alegria e caridade

A Banca do Louro resume a Cidade
No crepúsculo e no esplendor   

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