Nesta fase saudosista do blog, em
que foram homenageados o professor Gilberto Escórcio, recentemente falecido,
Genésio da Silva Costa (Geruca) e o Louro da banca de revista, recebi o
seguinte e-mail do Dr. Pádua Ramos, grande cidadão e notável exemplo de homem
público:
“Caríssimo Elmar,
Antes de mais nada, quanta
alegria em receber notícias suas!
Valeu...
Por coincidência, a Banca do
Louro exerce sobre mim uma espécie indefinida de sentimento mítico ou místico,
nem sei. Muitas vezes saía da Missa do
final da tarde na Catedral e me sentava / me sento perto da banca, que
contemplava/ contemplo discretamente.
Cheguei mesmo a escrever uma poesia que lhe enviarei como anexo ou
então, dada minha dificuldade em mexer com computador, via outra mensagem em
seguida a esta. (*) Curti a charge...
Abs., Pádua Ramos.
(*) Depois dos 70 anos perdi a
inibição para fazer poesia. (Coitadinha
da poesia...).”
Com relação à parte final de seu
e-mail, respondi: "(...) o amigo está me saindo muito mais poeta do que muitos
que estão por aí e se dizem poetas". Anexo ao e-mail, veio o belo poema abaixo:
SOCIOLOGIA (SENTIMENTAL) DA BANCA DO LOURO
Pádua Ramos
Quando o véu
do lusco-fusco cobre de cinza a Parnaíba
Quando a
Praça da Graça se esvazia na sua crepuscular soledade
Quando,
buscando o oceano, muito além,distante
O Igaraçu
enlaça amoroso a Cidade
Cantando-lhe,
de ninar, doce cantiga
– Eis que
aBanca do Lourose ilumina, na quietude daquele silenciosoinstante
Não é assim
nas manhãs febris
Não é assim
nas tardes ensolaradas
A Banca do
Louro traz o mundo
Para dentro
de nosso pequeno mundo:
“O sol nas
bancas de revista
...
Se reparte
em crimes
Espaçonaves
guerrilhas
Em
Cardinales bonitas”
Na Banca do
Louro...
Ali se
debatem divergências
Ali se
conjugam convergências
Reflete-se
ali, da Parnaíba, a alegria e a dor
A Banca do
Louro resume a Cidade
No crepúsculo
e no esplendor
No que tem
assim de desamor
Como de
alegria e caridade
A Banca do
Louro resume a Cidade
No
crepúsculo e no esplendor
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