Fonte: Google/Nova Escola |
REFLEXÃO SOBRE O CHAMADO ENSINO
DOMICILIAR
Cunha e Silva Filho
Na área da Educação Brasileira, a
questão do Ensino Domiciliar, de resto, ainda muita polêmica entre educadores,
está, a meu ver, necessitando de ser amadurecida, amplamente discutida antes de ser transformada em sistema de
ensino alternativo a ser implantado no país.
Minha posição é contrária à
disseminação dessa abordagem de ensino, porquanto ela suscita muitas indagações
como, por exemplo, estas: Lares
fechados? Filhos antissociais? Pais se transformam em tutores de seus próprios
filhos e ficam, assim, afastados da dinâmica social?
Pais não são sempre professores nem
tampouco dominam todas as matérias do ensino oficial e o arcabouço da
legislação escolar em vigor. Os pais de
alunos não foram ensinados a ser professores. Não estudaram nem foram treinados
em profundidade em disciplinas tais como alfabetização, língua portuguesa,
linguística, filologia, didática, filosofia da educação, psicologia educacional,
prática de ensino.
A tela do computador ou um celular ou
qualquer outro gadget de aprendizagem não são absolutamente equiparáveis à aula
ministrada na sala por um professor de carne e osso, um professor graduado e
licenciado para ministrar sua
disciplina específica.
A Escola do Futuro, antes de mais
nada, não pode dispensar a presença dos professores. A escola é a escola. O lar
é o lar. Este é apenas complemento daquela. E o homem gregário não vale mais?
Nem tudo que é novo é bom. A tecnologia é bem-vinda, desde que tenha limites
também e não tome o espaço do humanismo.
Essa questão é realmente séria e
preocupante. Cheira-me a comportamentos distópicos. Ou seja, a ruptura da
interação saudável de alunos com alunos em ambiente de escola do tipo
tradicional deve e tem que prevalecer como a via ainda mais adequada em
qualquer tempo.
O mestre será sempre a ferramenta maior e
melhor do ensino-aprendizagem e seu convívio nas salas de aula é algo
insubstituível sob pena de perdermos o elo com os aspectos humanísticos, da formação
integral do educando, os quais devem ser preservados a todo custo nas culturas
civilizadas.
A era da altíssima tecnologia já está dando
seus frutos nefandos. Na Educação, a coisa fica assim mais complexa e perigosa.
Por conseguinte, que se tenha muita calma, muito descortino e muita cautela
antes de tentarmos substituir professores formados e aptos a lecionarem com
conhecimento de causa o alunado brasileiro.
Pensemos, portanto, reitero, com maior profundidade essa questão.
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