A Beleza e seu Labirinto (*)
Elmar Carvalho
Não quero mais a alegria postiça
das bonecas de porcelana.
Tampouco me apraz a beleza fugidia
das lourinhas de farmácia.
Fujo agora dos peitos abundantes
redundantes das bombas de silicone.
Não me comove a simpatia
das meninas amestradas.
Tampouco almejo a presença
das damas ou moças de companhia.
Persigo tuas negras pupilas escondidas
detrás de azuladas lentes de contato.
Já não admiro a beleza
morena da cosmética.
Driblo as armadilhas da sedução
programada das moças de programa.
Descreio da perfeição e juventude
fornecidas por bisturis e botox.
Descarto o sexo sem nexo
solitário das bonecas infláveis.
Me acautelo contra as roupas suntuosas
e joias cintilantes das bonequinhas de luxo.
Não me agradam as cicatrizes florais
de exageradas tatuagens panfletárias.
É que me tornei o anjo da destruição
de todas as lojas de horrores.
Mas, contraditório e viniciano, admito:
a beleza é sempre fundamental.
Ainda quando aperfeiçoando
e amplificando a beleza natural.
(*) Poema inédito, que publico agora a pedido do amigo Cunha
e Silva Filho. Após vários anos sem produzir nenhum texto poético, elaborei
este poema no dia 05/10/2018, no ensejo da entrevista que concederia ao
programa “Justiça às suas ordens”, exibido pela TV Assembleia, no dia 16, cujo vídeo pode ser acessado pelo You Tube ou neste blog.
Benvindo ao seu campo de semeio no qual temos colhido tantos e bons alimentos para o espírito. Fico feliz em ver publicado esse desmentido. A deusa da poesia ainda caminha lado a lado com o Aedo campomaiorense.
ResponderExcluirCaminha, caro amigo Araújo, mas cada vez mais esquiva e desdenhosa, quase como se não mais quisesse a minha companhia.
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