CIDADÃO
ARMADO, MAS NÃO PERIGOSO
Antônio Francisco Sousa – Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
Quem,
inadvertidamente, lê, escuta ou vê, o que nichos da mídia impressa, visual ou
de áudio, transmitem ou vêm comunicando, ultimamente, em relação às pretensas
ou prometidas providências a serem tomadas pelo atual governo, no que tange à
flexibilização da política de desarmamento, facilitação na aquisição ou posse
de armas, possivelmente, mete-se a pensar ou concluir que, tão logo – se isso
acontecer – ocorra a aprovação legal de tal decisão, a totalidade do povo
brasileiro vai passar a economizar de seu minguado salário uma parcela para,
enfim, adquirir uma arma de fogo, e, mais ainda, segundo sensacionalistas,
demagogos e hipócritas que se imiscuem ou expõem, publicamente, suas impressões
a respeito do tema, não para as utilizarem na defesa pessoal ou familiar, mas,
sim, para darem cabo à esposa, ao marido, ex-mulher ou ex-esposo, dentro da
própria residência ou onde for possível, ao desafeto do condomínio, ao provocador
no trânsito, ao inimigo ou adversário nos estádios de futebol, ao agressor nas
escolas, faculdades, a inocentes nas igrejas, nos mercados - de tão desatentos,
esqueceram de incluir os suicídios decorrentes do uso e abuso de arma de fogo.
Que é isso? Que mente, prodigiosamente, criativa e maligna, a desses que assim
pensam – e tornam público - a respeito dos futuros neo-armados, velhos
potenciais criminosos, finalmente, liberados para exercitarem e darem vazão à
sua sanha assassina.
Que sirva de
lembrete: antes da adoção ou da flexibilização da compra, porte e uso de armas
de fogo pelos brasileiros sem antecedência criminal – somente a esses cidadãos
- é o que se espera determine a legislação - será concedida a autorização para adquirir
arma de fogo, mas não a portar ou a utilizar, ostensivamente –, portanto,
agora, já, no Brasil se comete,
anualmente, mais homicídios e assassinatos do que várias dezenas de países,
somados; dentre esses: Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Portugal,
Espanha, Alemanha, Holanda, Bélgica, Egito, Japão, China e muitos outros. Em
alguns, não raro, não somente a aquisição de armas é permitida, mas até aconselhada,
bem como seu porte, púbica e, ostensivamente.
Entre os países
que matam menos com armas de fogo ou qualquer outro tipo que o Brasil, uns,
econômica, política, social, educacional e até culturalmente, têm condições
inferiores às nossas. Estaria a população de tais nações desarmada ou apenas
melhor protegida por seus organismos públicos e privados de segurança, o que
tornaria despiciendo ao cidadão portar ou adquirir arma? Ou seriam as leis
penais dessas localidades mais duras, severas e verdadeiramente efetivas?
Os que defendem,
simplesmente por defender, o desarmamento como forma de fazer circular armas
apenas entre aqueles que podem e devem conduzi-las, portá-las – as instituições
policiais, militares, de segurança privada e outras categorias profissionais –
não podem negar, que mesmo matando mais que a média global nossas polícias,
milícias, bandido comum, o assaltante, o narcotraficante, o assassino de
encomenda, gozam de uma segurança potencial extra, quase absoluta, quando se
confrontam com a maioria da população: a de que, no mais das vezes, vão encontrá-la
desarmada e indefesa.
Ideal seria que ninguém
precisasse ter armas, mas como, infelizmente, com os frágeis aparatos públicos
de segurança que temos, com um sistema educacional incapaz de inculcar na
população cultura suficiente para fazê-la entender que renegar arma de qualquer
espécie seria garantia de uma sociedade pacífica, ordeira e segura, isso não é
possível, por que não permitir que, não somente o bandido, que não precisa de
leis nem de autorização para adquirir armas, tenha-as e as utilize para ferir
ou matar, mas qualquer cidadão que, comprovadamente, demonstre condições
emocionais, morais e técnicas de vir a ser proprietário ou portador de uma,
possa sê-lo? Não para sair matando semelhantes inocentes ou não, como pregam demagogos,
que se valem de argumentos inviáveis ou não plausíveis sobre a questão, mas
para defenderem-se de agressores que, armados e perigosos, ponham em risco a
vida, a saúde e a segurança de familiares ou protegidos do agredido.
É isso, estimo Antônio Antônio, dizer o mesmo me arrisco. A arma com o cidadão, não aumentará qualquer risco. Valeu. Parabéns.
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