Fonte: Gloogle |
Manhã prestes a abrir
Celso Pinheiro (1887 – 1950)
Manhã prestes a abrir o cálice
doirado!
Na casinha de palha andam todos
alerta.
Pois antes que a manhã seja uma
rosa aberta,
Há de este amor surgir o fruto
iluminado!...
Dona Flor com o semblante heril
transfigurado,
Tem anseios de mãe... A parteira
desperta,
Pitando o seu cachimbo, aguarda a
hora certa,
E me diz que não tenha o mínimo
cuidado!...
De súbito, porém, a sombra de um
perigo...
Eu, pálido, a tremer, minha
alegria tolho,
E vou ver o Dr. — velho médico
amigo!
Mas ao volver ao lar me comovo e
confundo:
Ela, ingênua, a sorrir,
mostrando-me o pimpolho,
Sugere-me votivo o seu nome —
Raimundo!...
Fonte: site Escritas
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