[EU SOU TAL QUAL O PARNAÍBA]
Da Costa e Silva (1885 - 1950)
Eu sou tal qual o Parnaíba:
existe
Dentro em meu ser uma tristeza
inata,
Igual, talvez, à que no rio
assiste
Ao refletir as árvores, na
mata...
O seu destino em retratar
consiste,
Porém o rio tudo o que retrata,
De alegre que era, vai tornando
triste,
No fluido espelho móvel de ouro e
prata...
Parece até que o rio tem saudade
Como eu, que também sou desta
maneira.
Saudoso e triste em plena
mocidade.
Dá-se em mim o fenômeno sombrio
Da refração das árvores da beira
Na superfície trêmula do rio...
Fonte: Google/algumapoesia.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário