LANÇAMENTO DE
“CONFISSÕES DE UM JUIZ” EM CAMPO MAIOR
Elmar Carvalho
No plenário da
Câmara Municipal de Campo Maior, na última sexta-feira, foi realizado o
lançamento de meu livro Confissões de um juiz. O auditório estava lotado. Os
presentes tudo ouviram com muita atenção e paciência. Para o pleno êxito do
evento, contei com o apoio do amigo e professor José Francisco Marques, que não
mediu esforços em sua organização. Também prestaram colaboração para que tudo
se realizasse conforme o planejado a professora Luciana Gomes e o parente e
amigo Dr. Domingos José de Carvalho.
A mesa de honra
foi composta pelo desembargador José Francisco Nascimento, representante do
Tribunal de Justiça do Piauí, professor César Robério, representante da
Prefeitura, juiz Antônio Oliveira, representante da Associação dos Magistrados
Piauienses – AMAPI, João Alves Filho, presidente da Academia Campomaiorense de
Artes e Letras – ACALE, professor José Francisco Marques, que fez a
apresentação do livro, o médico Domingo José de Carvalho, que falou sobre o
autor da obra, o advogado Dácio Mota, representante da OAB-PI, e o Dr. Josias
Bona, filho do saudoso e impoluto juiz Hilson Bona, que foi homenageado (in
memoriam) pela AMAPI, e este cronista. O cerimonial foi executado com muita
maestria pela professora e acadêmica Avelina Rosa.
Estavam
presentes membros de minha família, entre os quais minha mulher Fátima, Miguel
Carvalho, meu pai, Antônio José e Maria José (irmãos). Compareceram ainda
vários confrades da ACALE, como professor Loiola, Corinto Brasil, Jesus Araújo
e Luciana Gomes, além de várias pessoas amigas e interessadas em cultura,
dentre as quais registro o professor José Martins, Moreninha Melo, Leal, Josino
Gomes de Oliveira, Jônathas Silva, Evandro Araújo e Geraldo Pucuta (ex-craque
do Caiçara).
Domingos José,
médico competente e dedicado, maçom da melhor linhagem, cidadão honrado, sem
jaça, falou de minha trajetória de vida, de meu percurso literário e de
servidor público, com belas e emocionantes palavras, que nos comoveram, a mim e
a minha família, sobretudo meu pai, que chegou a chorar em mais de um trecho de
seu discurso.
Com a mesma
competência e propriedade, José Francisco falou de Confissões de um juiz,
fazendo uma perfeita síntese de seu conteúdo e lhe examinando a linguagem e a
estrutura organizacional das matérias enfeixadas nas diferentes partes.
Discorreu também, assim como fizera seu antecessor, de forma sintética, sobre
meus atributos intelectuais e sobre as minhas principais características
humanas, bondosamente deixando de lado os meus defeitos.
José Francisco
e Domingos José falaram ainda de minha curta, porém intensa, atuação de
goleiro, em que afoitamente fiz minhas “pontes” e “voadas”, algumas vezes me
arrojando aos pés do atacante, para fechar o ângulo da possível trajetória da
bola. Domingos José terminou confessando que éramos torcedores do Caiçara e do
Flamengo carioca.
Diante disso,
aproveito a oportunidade para dizer que uma de minhas primeiras crônicas,
publicada no jornal A Luta, quando eu tinha 16 anos, foi sobre as acirradas
disputas entre o Comercial e o Caiçara, em que pontificaram dois dos maiores
goleiros piauienses, Beroso e Coló, sobre os quais já escrevi crônicas, que
podem ser encontradas através dos sites de busca da internet. Esses duelos,
como os designei, incendiavam as ensolaradas tardes domingueiras de Campo Maior.
Em meu
discurso, discorri brevemente sobre o conteúdo de meu livro, mormente sobre o
meu percurso de servidor público. Falei sobre as principais características e
virtudes de um verdadeiro magistrado, especialmente a imparcialidade e o senso
de justiça. Prestei minha homenagem ao Dr. Hilson Bona, que considero um
legítimo paradigma da magistratura piauiense. Ao falar das lutas que empreendi,
como homem público e intelectual, me concentrei principalmente na parte
relativa a Campo Maior.
Expliquei que
em diferentes oportunidades me esforcei para retirar do olvido ilustres figuras
da história de nossa comunidade. Entre esses injustamente esquecidos se
encontravam (ou ainda se encontram) o seu fundador, sobre o qual, seguindo as
pegadas de padre Cláudio Melo, escrevi o livro Bernardo de Carvalho – o
Fundador de Bitorocara; o bravo tenente Simplício José da Silva, herói da
Batalha do Jenipapo; Raimundo Gomes Vieira Jutaí, estopim da Balaiada, e um dos
seus principais líderes. No seu manifesto, lavrado na vila da Manga – MA,
datado de 15/12/1838, dois dias antes de liderar a abertura das portas da
cadeia pública dessa vila, para libertar vaqueiros e outros trabalhadores
injustamente presos, proclamou no seu artigo primeiro: “que seja sustentada a
Constituição e garantias dos cidadãos”; e José Eusébio de Carvalho Oliveira
(n.10/01/1869 e f.25/04/1925), que foi jornalista, promotor de Justiça,
magistrado, membro de Junta Governativa do Piauí, e que exerceu os cargos de
deputado federal e senador da República, pelo Maranhão, durante 25 anos.
Portanto, o senador José Eusébio foi também membro dos Poderes Executivo e
Judiciário. Recentemente, lembrei-lhe o nome ao deputado Wilson Nunes Brandão,
quando ele me disse estar escrevendo um livro sobre os parlamentares
piauienses.
Disse que em
vários textos e discursos, a partir de 1997, quando tomei posse em Campo Maior
de minha cadeira na Academia de Letras do Vale do Longá, defendi a preservação
e restauração dos casarões e sobrados de nossa cidade, inclusive os da famosa
Zona Planetária, de nome tão poético e sugestivo, sobre a qual escrevi um poema
épico moderno de igual título, que terminaram reduzidos a escombros; na
transformação do Cemitério Velho em museu e memorial a céu aberto, com a
conservação e restauração dos túmulos, e criação de alamedas e caramanchões,
além de um espaço temático, ainda que sobre pilotis, se necessário; a
despoluição do Açude Grande, com a instalação de jardins e fontes luminosas,
que lhe aumentem a beleza e a atração turística.
Com muita
ênfase, defendi a ideia de que o entorno da barragem, sobretudo o horto
florestal, poderia ser transformado num jardim botânico e em agradável
balneário, com a instalação de bicas artificiais, que bem poderiam, em projeto
arquitetônico e paisagístico, imitar cascatas ou bicas naturais. Evidentemente
outros espaços poderiam ser criados no local, inclusive bares, quiosques e
restaurantes.
No final, foi
servido farto e variado coquetel, e houve a indispensável sessão de autógrafos.
Nessa parte tive a satisfação de apertar a mão de vários amigos, como a
professora Lindalva, que juntamente com seu marido, o comerciante José
Francisco Cunha, foi prestativa e bondosa vizinha de meus pais.
E tive a emoção
de ver uma pequena e bem conservada fotografia, trazida pela Gracinha (Maria
das Graças Vieira da Silva), em que eu, com apenas um ano de vida, estava no
colo de minha saudosa mãe, ambos ladeados por meu pai, parentes e amigos, todos
jovens e bonitos.
23 de abril de 2015
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