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MEU IRMÃO ÁRABE
Weliton Carvalho
a Juarez
Bessa
O árabe se arraiga à terra
na lição do árido no deserto
e de repente toda Grécia resplandece
– na flor do século VII d.C –
em harmonia com judeus e nós cristãos
nas mãos calejadas
dos beduínos,
que habitam a esperança faz
milênios
e iluminaram o ocidente por inteiro
ostentando a cabeça de Aristóteles
– nos textos
metafísicos que legou –
Hoje, meu irmão, ti discrimino:
– nego a história –
e ti aponto cruel e sem poesia
e nem vejo teu ramo de oliva em
uma das mãos.
Renego tua literatura indomável
pela beleza que transborda?
Ah, Sharazade, me conte uma
história que me salve da morte
ou do ódio construído
e me ensine a sonhar com os
números e o infinito no tempo
nas mil e uma noites (sem fim).
E por que esqueci de tua
tolerância aos derrotados,
se a Andaluzia festeja a beleza
árabe e suas cores?
E de tudo, é esta verdade
aporética o que ficou:
não se perca o mistério do
oriente,
porque a poesia não resiste
revelada.
Há que se plantar no deserto a
tolerância,
mesmo que seja ela um grão de areia.
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