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Papagaios de Papel
R. Petit (1894 - 1969)
Quando eu era pequeno, venturoso,
Meus lindos papagaios empinando,
Dizia: — Não há nada mais pomposo
Que um papagaio de papel voando.
Cresci!... Hoje, tristonho,
pesaroso
Esses brinquedos de papel,
olhando,
Logo descubro o vulto carunchoso
Dos que sobem a tudo se apegando.
Tipos que sobem de alma feita em
trapos,
Mostrando ao mundo,
despreocupados,
Uma cauda nojenta de farrapos...
Tipos de nulidade tão cruel!
Que só sabem subir encabrestados
Como esses papagaios de papel.
Fonte: Antologia dos Poetas Piauienses, de Wilson
Carvalho Gonçalves
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