sábado, 27 de junho de 2020

SOBRE A OPINIÃO




SOBRE A OPINIÃO

Antônio Francisco Sousa
Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)          

             “Liberdade de ter e adotar, como verdadeiras, preferências e convicções religiosas e políticas, a despeito de estarem sujeitas a dúvidas e questionamentos sobre sua validade e seus pressupostos”. Este é um conceito filosófico de opinião.

                Partindo dele, há que se aceitar como tal, quando alguém diz serem míopes e astigmáticos mais inteligentes que os demais. Seria por que veem tudo melhor bem de perto, ou com auxílio de equipamentos oftalmológicos? Hum!

                E, claro, tomar por uma, a de quem fala que curral eleitoral não mais existe em plagas mafrensinas (e tupiniquins?). Difícil é aceitar-se tal coisa. Como explicar o fato de filhos, sobrinhos, netos, tios, irmãos, esposos, desconhecidos, inexperientes, sem qualquer prévio preparo ou mesmo desejo, qual jabutis, serem alçados a cargos parlamentares ou governamentais, senão, partindo-se do pressuposto de que teriam sido os votos aos mesmos transferidos pelos donos dos eleitorados (e da vontade dos eleitores) que os elegeram? Empatia dos votantes para com os nomes a eles ofertados por aqueles em quem a vida inteira votaram ou foram obrigados a eleger é que não foi? Cabresto, e curto, dos sabidos ou havidos por poderosos em toleirões e maria vai com as outras.

                Opinião pura e simples de quem não viu nada errado, nenhuma excepcionalidade, maracutaia ou escamoteação, no mínimo antiética, imoral e de precedência perigosa, no acesso daquele ministro governamental - já praticamente, expurgado, exonerado, por manifesta vontade do chefe do governo, anunciada havia menos de quarenta e oito horas de sua entrada - em um país, cujo ingresso de cidadãos comuns provenientes do país de onde partira o executivo estava terminantemente proibido. Acesso tal, facilitado pelo fato de a figura ainda continuar, formalmente, na condição de ministro de estado em atividade, portanto, com passaporte diplomático vigente. O status de ex-ministro somente ganharia após confirmada sua chegada ao local aonde estaria impedido de ingressar, com a publicação no diário oficial da nação, enfim, de sua demissão, porém, não por vontade e decisão do governante, mas a pedido do defenestrado. Na verdade, seu ex-chefe o que fez mesmo foi premiá-lo - certamente, por conta dos bons serviços que julgou o mesmo haver prestado à nação - com emprego cujo salário, superior a cem mil reais mensais, não figura nem nos mais surreais sonhos de centenas de milhões de brasileiros. Resta saber se os empregadores e o presidente do país invadido comungam da opinião do presidente tupiniquim, ou se o defenestrarão de volta para casa.

                Entrando, agora, em campo minado, mas ainda comentando sobre opinião. Estas vêm, praticamente, ipsis litteris, de um teólogo exegeta canadense, já falecido, e discorrem a respeito do evangelho do reino e da salvação. Segundo ele, o quadro chega a ser sombrio, porém, é o que se deve esperar de uma era sob o governo dos líderes deste mundo das trevas. Os escritos apocalípticos judaicos da época do Novo Testamento conceberam uma era totalmente sob o controle do mal. Naqueles escritos, Deus se afasta da participação ativa nos assuntos do homem; a salvação pertence apenas ao futuro, a quando Seu Reino vier em glória. O tempo presente testemunharia apenas tristeza e sofrimento. O Diabo é o deus desta era e, portanto, o povo de Deus não poderá esperar, nela, além de mal e de derrota. A palavra de Deus, na verdade, ensina que haverá intensificação do mal no fim desta era, pois, afinal, Satanás continua sendo o deus dela. Até o retorno de Cristo, os cristãos devem lutar uma batalha perdida. Hermenêutica e exegese à parte, opinião é opinião.

                A partir da menção do teólogo, em textos, de que o retorno de Cristo, o que representará o fim dos tempos, acontecerá quando discípulos Seus houverem dado testemunho do evangelho em todas as nações, quando, enfim, for o evangelismo um fenômeno universal, diria que poucas são as pistas ou sinais de que não veremos muita maldade, violência, sofrimento e dor ainda assolando cristãos e filhos de Deus até o final desta era governada pelo Demônio. Levando em consideração o que disse Leonardo da Vinci a respeito do tema, “de que não há coisa que mais nos engane do que a nossa opinião”, concluiria augurando estar inteiramente equivocado.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário