SOBRE
A OPINIÃO
Antônio Francisco Sousa
Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
“Liberdade de ter e adotar, como
verdadeiras, preferências e convicções religiosas e políticas, a despeito de
estarem sujeitas a dúvidas e questionamentos sobre sua validade e seus
pressupostos”. Este é um conceito filosófico de opinião.
Partindo
dele, há que se aceitar como tal, quando alguém diz serem míopes e astigmáticos
mais inteligentes que os demais. Seria por que veem tudo melhor bem de perto,
ou com auxílio de equipamentos oftalmológicos? Hum!
E,
claro, tomar por uma, a de quem fala que curral eleitoral não mais existe em
plagas mafrensinas (e tupiniquins?). Difícil é aceitar-se tal coisa. Como
explicar o fato de filhos, sobrinhos, netos, tios, irmãos, esposos,
desconhecidos, inexperientes, sem qualquer prévio preparo ou mesmo desejo, qual
jabutis, serem alçados a cargos parlamentares ou governamentais, senão,
partindo-se do pressuposto de que teriam sido os votos aos mesmos transferidos
pelos donos dos eleitorados (e da vontade dos eleitores) que os elegeram?
Empatia dos votantes para com os nomes a eles ofertados por aqueles em quem a
vida inteira votaram ou foram obrigados a eleger é que não foi? Cabresto, e
curto, dos sabidos ou havidos por poderosos em toleirões e maria vai com as
outras.
Opinião
pura e simples de quem não viu nada errado, nenhuma excepcionalidade,
maracutaia ou escamoteação, no mínimo antiética, imoral e de precedência
perigosa, no acesso daquele ministro governamental - já praticamente,
expurgado, exonerado, por manifesta vontade do chefe do governo, anunciada
havia menos de quarenta e oito horas de sua entrada - em um país, cujo ingresso
de cidadãos comuns provenientes do país de onde partira o executivo estava
terminantemente proibido. Acesso tal, facilitado pelo fato de a figura ainda
continuar, formalmente, na condição de ministro de estado em atividade,
portanto, com passaporte diplomático vigente. O status de ex-ministro somente
ganharia após confirmada sua chegada ao local aonde estaria impedido de
ingressar, com a publicação no diário oficial da nação, enfim, de sua demissão,
porém, não por vontade e decisão do governante, mas a pedido do defenestrado.
Na verdade, seu ex-chefe o que fez mesmo foi premiá-lo - certamente, por conta
dos bons serviços que julgou o mesmo haver prestado à nação - com emprego cujo
salário, superior a cem mil reais mensais, não figura nem nos mais surreais
sonhos de centenas de milhões de brasileiros. Resta saber se os empregadores e
o presidente do país invadido comungam da opinião do presidente tupiniquim, ou
se o defenestrarão de volta para casa.
Entrando,
agora, em campo minado, mas ainda comentando sobre opinião. Estas vêm,
praticamente, ipsis litteris, de um teólogo exegeta canadense, já falecido, e
discorrem a respeito do evangelho do reino e da salvação. Segundo ele, o quadro
chega a ser sombrio, porém, é o que se deve esperar de uma era sob o governo
dos líderes deste mundo das trevas. Os escritos apocalípticos judaicos da época
do Novo Testamento conceberam uma era totalmente sob o controle do mal.
Naqueles escritos, Deus se afasta da participação ativa nos assuntos do homem;
a salvação pertence apenas ao futuro, a quando Seu Reino vier em glória. O
tempo presente testemunharia apenas tristeza e sofrimento. O Diabo é o deus
desta era e, portanto, o povo de Deus não poderá esperar, nela, além de mal e
de derrota. A palavra de Deus, na verdade, ensina que haverá intensificação do
mal no fim desta era, pois, afinal, Satanás continua sendo o deus dela. Até o
retorno de Cristo, os cristãos devem lutar uma batalha perdida. Hermenêutica e
exegese à parte, opinião é opinião.
A
partir da menção do teólogo, em textos, de que o retorno de Cristo, o que
representará o fim dos tempos, acontecerá quando discípulos Seus houverem dado
testemunho do evangelho em todas as nações, quando, enfim, for o evangelismo um
fenômeno universal, diria que poucas são as pistas ou sinais de que não veremos
muita maldade, violência, sofrimento e dor ainda assolando cristãos e filhos de
Deus até o final desta era governada pelo Demônio. Levando em consideração o
que disse Leonardo da Vinci a respeito do tema, “de que não há coisa que mais
nos engane do que a nossa opinião”, concluiria augurando estar inteiramente
equivocado.
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