Dílson, Elmar e Claucio Fotomontagem: Claucio Ciarlini |
DIÁRIO
[Triálogo: Dílson, Elmar e Claucio comentam a Literatura
Parnaibana]
Elmar Carvalho
20/08/2020
Após mais de quatro dias tendo acessos de uma espécie de
tosse braba, fui no dia 4 deste mês me consultar com um otorrinolaringologista,
que solicitou um exame para detecção do novo coronavírus, que fiz no dia
seguinte. O resultado foi negativo. Eu havia feito uma tomografia no dia
anterior. Com esses dados, o médico me prescreveu um tratamento que segui à
risca. Como a tosse continuasse sem ceder, voltei a me consultar com ele.
Fiz novos exames e testagens, com bons resultados, no sentido
de que não estava acometido pela covid-19. Finalmente, após cerca de vinte dias
de tortura, a tosse começou a ficar mais branda. De forma que, somente hoje,
tive ânimo para fazer este triálogo, elaborado sem nenhum planejamento e
premeditação através do WhatsApp, entre o poeta, romancista e professor Dílson
Lages Monteiro, este diarista e o escritor, poeta e professor Claucio Ciarlini.
Fiz umas pequeninas correções, adaptações e tênues costuras,
em que tentei alinhavar os textos, para que o conjunto não ficasse como um “samba
do crioulo doido”, ou afrodescendente, se o leitor assim o preferir.
Entretanto, o conteúdo dos textos, com exceção da revisão, meramente
gramatical, quase sempre apenas ortográfica, é fiel ao que cada autor escreveu,
como teria que ser.
No grupo de WhatsApp da Academia Piauiense de Letras
encontrei a seguinte postagem do confrade e amigo Dílson Lages Monteiro, salvo
engano datada do dia 15/08/20:
“Parnaíba, que aniversaria, tem bela história de ativa
atuação de agentes culturais. No passado, Almanaque da Parnaíba, Inovação. A
vida literária de Parnaíba está bem representada em Literatura, imprensa e vida
literária em Parnaíba.
Hoje essa atuação continua vigorosa de modo ímpar. De
Parnaíba, chegam-nos os únicos jornais literários entre nós: Bembém e Piaguí,
além do mais vigoroso centro cultural em atividade no Estado hoje, fruto do
protagonismo e trabalho do acadêmico Valdeci Cavalcante, no belo Sesc/Caixeiral.
Viva Parnaíba por sua fascinante energia!”
Achei por bem cravar a seguinte resposta, na mesma data acima
indicada:
Sendo eu um "parnaibano" por título de cidadania,
devoção e vocação, venho dizer que fiquei feliz com suas palavras, e dizer que
sou testemunha do que você afirma, até porque tenho sido um participante, em
menor ou maior grau, dos movimentos e veículos que você cita, inclusive dos
livros de contos (editado) e poemas (em fase de editoração) editados pelo
professor Claucio Ciarlini, dinâmico líder dessa geração mais jovem que a
minha, que já chamo de velha guarda.
Dílson não se fez esperar em sua resposta:
“Fico feliz, confrade Elmar, em confirmar meu ponto de vista
em sua vivência real e não apenas de leitura e observação, como é a minha. A
história dos dois jornais por si já demanda um profundo ensaio e nos põe a
questionar que ambiência existe em Parnaíba que dá fôlego a essas
publicações. Em elas existindo,
existirão também novos literatos, novos historiadores, para além da vida
acadêmica universitária.
Saí há pouco da leitura de Literatura, imprensa e vida
literária em Parnaíba, de Daniel Castelo B. Ciarlini, livro cuja leitura eu
iniciara em outro momento e não concluída por força das obrigações do
magistério privado, agora li e com entusiasmo... Só cresceu minha admiração
pela energia que emana do idealismo dessa cidade.”
Quase me senti na obrigação de lhe dar a seguinte resposta:
O Daniel é um notável escritor e intelectual, jovem de muitas
e profundas leituras. Sem dúvida é versado em teoria literária, e já vem se
firmando como um de nossos principais críticos de nossa literatura, bem como
também já prestou relevante serviço na história da literatura piauiense, e da
parnaibana, mais especificamente.
Em seguida, copiei os textos acima e os encaminhei ao
professor e poeta Claucio Ciarlini, com a seguinte observação: “Como você pode
perceber foi uma espécie de diálogo entre o Dílson e eu. Talvez, se fosse feita
uma ‘costura’ de alinhavo, dessem um texto publicável.” Publicável, claro, no
sentido de digno de publicação por eventual qualidade no conteúdo, e não pelo
calão, que pudesse ter ou não ter.
Depois, em vários e sucessivos momentos, mas todos do dia 15
do corrente mês, o Claucio me foi enviando as seguintes respostas, que
aglutinei nos seguintes parágrafos, por mim abertos:
“Bom dia, meu amigo. Fico muito feliz com a menção de meu
nome por você e Dílson. Não sabia que ele era da APL. Apesar de acompanhar há
algum tempo o portal Entretextos, o conheci
há poucos meses e intensificamos o contato nas últimas semanas.
Mas gostei tanto dele, que o convidei ontem de manhã para mediar
nosso lançamento virtual do Poemas entre Gerações no fim do ano. Que,
inclusive, será realizado em 4 lives. Depois lhe explicarei em áudio.
Estive até conversando com Dílson de minha intenção para um
segundo volume daqui há uns anos do projeto Entre Gerações, que é de expandir,
ou seja, convocar autores de várias cidades do Piauí e até alguns de outras
localidades. No que seria o volume II de uma coletânea de Contos, outra de
Poemas e findando com Crônicas. Tal qual estamos fazendo agora, mas que o foco
neste primeiro volume foi essencialmente Parnaíba.”
O Claucio, graças a seu dinamismo, liderança e capacidade de
planejamento já havia organizado Versania - Coletânea Poética, de 2017. Essa
obra enfeixou 22 poetas, que estrearam nas páginas de O Piaguí, ao longo de 10
anos. Ela teve uma segunda edição, com o mesmo conteúdo da primeira, porém com revisão mais aprimorada e capa alternativa.
Parafraseando o que se disse outrora do grande educador Anísio Teixeira, eu diria que o Claucio Ciarlini, pelo seu dinamismo e espírito empreendedor, pela sua notável vontade de realizar, de promover a edição de livros, é um intelectual que pensa também com as mãos.
Prezado amigo Elmar,
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa do Triálogo. Estimo melhoras quanto à sua saúde.
Abraços,
Ben-Hur Sampaio
O triálogo nasceu de forma praticamente espontânea, mas serviu para discutirmos um pouco a anterior e a atual fase da cultura e da literatura parnaibana.
ResponderExcluirEstou começando a ter. Fiz novas consultas, e a médica me passou novos medicamentos, estes de inalação. Acho que porque uma pequenina afetação dos pulmões, sem nenhuma gravidade.
Não entendi. (?) O professor dr. Daniel Ciarlini (autor dessa pesquisa fantástica, além de outras várias) e Claucio Ciarlini (atual editor do jornal "O Piaguí", de livros de poesia que expõem autores jovens) são pessoas completamente diferentes. Como pode Dílson tê-lo citado? Bem observado o "pensar com as mão"... Realizar, objetificar e fazer essa curadoria também se torna importante. Boa recuperação Poeta Elmar Carvalho!
ResponderExcluirTambem não entendi. O Daniel é um doutor em Letras, autor desse livro. Tem mesmo sobrenome, mas é pessoa diferente do Claucio, que é um poeta de Parnaíba. Não está claro... Saúde, Elmar.
ResponderExcluirAgradeço aos amigos pela preocupação com a minha saúde. Contínuo com a tosse, embora de forma mais atenuada. Pela demora com certeza não é viral, e pelas testagens que fiz (3) não é covidiana. Amanhã farei mais uma consulta. Obrigado a todos. Abraço.
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