Já se encontra à venda no site da Amazon o livro Diário Incontínuo (2010 - 2016), que construímos durante seis anos.
A seguir um pequeno extrato da Apresentação, por mim escrita:
Um diário, a rigor e em tese, pelo que sugere a sua própria
classificação, deveria se voltar mais para o presente, ao passo que as
confissões, as memórias e as autobiografias se voltariam mais para a narrativa
de fatos pretéritos.
Mas, lendo os diários mais notáveis, verifiquei que esse
gênero literário, conforme a habilidade e o talento do autor, bem se presta, ao
ensejo de uma recordação, de um sonho, de uma conversa, de um acontecimento, de
uma solenidade cultural e outras, bem se presta, repito, a evocar fatos de
nossa própria vida, da vida de outras pessoas, de episódios pitorescos,
singulares, jocosos, anedóticos, bem como a relatar uma conversa, um fato
histórico, a comentar uma obra de arte, um livro, etc.
Dessa forma, ao longo de cinco anos (2010/2016), transpus
para estas páginas muito da vida cultural, artística, literária e social do
Piauí, motivado, como disse acima, por diferentes fatores. Narrei eventos
artísticos e culturais, mormente os literários, comentei alguns livros lançados
nesse período, me referi a personalidades literárias e históricas, algumas
ainda vivas, outras pertencentes a um passado mais remoto. Sem dúvida, alguns
desses registros são quase resenhas de obras literárias e breves perfis
biográficos, embora recheados de outros ingredientes e condimentos.
O escritor, crítico literário e professor Cunha e Silva
Filho, com a sua reconhecida argúcia e faro quase detetivesco, ainda bem no
início da publicação sequenciada e internética do livro, percebeu e aplaudiu
essa diversidade de interesses, pois postou o seguinte comentário no dia
13/02/2010:
“Por isso, gostei do seu comentário, revelador de um amplo interesse pelas artes em geral, e, no caso específico, pela escultura e suas implicações com movimentos de vanguardas que deixaram marcas indeléveis nas múltiplas formas de criação artística. Sei também quanto aprecia a pintura, um Dalí, por exemplo. Não é verdade, amigo? Explore bem esse lado de crítica das artes, lhe cabe bem. Boa surpresa do seu intelecto.”
Encero com um pequeno trecho da excelente "orelha", escrita pelo poeta, escritor e magistrado Weliton Carvalho:
"O título da obra denuncia que a empreitada do autor não se vincula às cegas com o calendário. Dito de outro modo: o seu compromisso não é registrar o dia a dia de determinado período da folhinha. O tempo do diário é, por evidente, o cronológico, mas a partir de acontecimentos dignos do leitor. Elmar Carvalho é, sobretudo, um poeta. E esta sua qualidade se espraia para todos os outros gêneros literários que ousa experimentar. Significa isto dizer que a pena de Elmar tem o poder da marca lírica onde quer que tome acento. Chame-se, de logo, a atenção que este diário tem uma peculiaridade: são acontecimentos transformados em crônicas de alto padrão e dos mais variados motes: há textos pitorescos, de intimidade familiar, históricos e até sobrenaturais. Todos eles, no entanto, encadeados pelo encanto. E não raro se entrelaçam na magia de quem sabe manejar a pena com leveza e urdidura."
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