DIÁRIO
[PoeMitos e outras mi(s)tificações]
Elmar Carvalho
28/11/2020
Quando o Zé Ataide estava no processo de publicação de seu livro Reminiscências de Minha Vida, no formato impresso, de que tive a honra de ser o prefaciador, lhe recomendei, com muita ênfase, para que não deixasse de o publicar na Amazon/KDP. Ele me pediu algumas informações sobre o procedimento a ser adotado. Disse-lhe o que sabia, mas lhe deixei claro que as minhas postagens eram da forma mais simples, e não tinham índice ativado e nem ilustrações.
O filho do meu amigo, o Athayde Neto, expertise nos mistérios
da informática, que está literalmente com a cabeça nas nuvens virtuais de que
tanto se fala, fez uma bela postagem, no capricho, no mesmo nível dos e-books
das grandes editoras, que tenho em meu dispositivo Kindle.
Faz algum tempo, venho publicando livros através dessa ferramenta,
mas, como disse, sem ilustrações e sem links. E eu tinha grande vontade de
publicar meus PoeMitos com todas as lindas charges feitas pelo grande Gervásio
Castro. Por isso, através do Zé Ataide, solicitei umas “dicas” ao seu filho. O
Athayde foi solícito, prestativo, e me repassou por WhatsApp umas preciosas
informações.
Assim, ontem, eu pude publicar PoeMitos e outras
mi(s)tificações, com todas as charges especialmente elaboradas pelo Gervásio
para uma edição impressa do opúsculo PoeMitos da Parnaíba, e mais duas que
ilustram os textos do poema sobre o Bar do Augusto e da crônica sobre o Professor
Amstein. Acrescentei outras matérias correlatas ou afins, e publiquei essa nova
obra virtual.
Como parte integrante desta anotação diarística, acrescento
abaixo os pré-textos desse referido e-book:
“O mito é o nada que é tudo”
Fernando Pessoa
O conjunto de 25 PoeMitos da Parnaíba retrata figuras
populares, pitorescas, excêntricas e jocosas da cidade, mas sempre no que elas
tinham de mais comovente e de mais humano. Essas personagens entraram para a
história porque fizeram parte da paisagem da velha urbe. Muitas ainda vivem no
imaginário popular, quase como figuras lendárias, mitológicas.
Os PoeMitos foram publicados no Inovação, jornal que marcou
época pela sua bravura e colaboradores, no início dos anos 80, com ilustrações
do legendário Flamarion Mesquita, o velho Flama, flamejante de talento.
Ressurgem agora com as geniais charges de Gervásio Castro,
carioca PHB e flamenguista inveterado e irredutível.
* * *
BREVE EXPLICAÇÃO
Creio seja justificada a publicação de PoeMitos da Parnaíba, nesta plataforma virtual, como um novo livro, pelos seguintes motivos: traz o poema Amstein, que se transformou no último poema de meus PoeMitos, e lhe foi adicionado um anexo, com um outro poema e alguns textos em prosa, contendo assuntos afins ou correlatos.
Ademais (e principalmente) contém as charges de Gervásio
Castro, que são quase um pequeno livro de gravuras, que transmitem um valor
agregado enorme aos meus textos e, sobretudo, ao livro em si.
Amstein, claro, sempre povoou a minha imaginação, desde os
meus primeiros tempos parnaibanos, mas, a não ser por uma placa, que nomeava
uma pequena rua, que se tornava um beco sem saída ao desembocar na Praça da
Graça, e o seu túmulo no Cemitério da Igualdade, eu dele só tinha vagas
informações.
Assim, eu construí sobre ele e sua figura mítica de suíço
grandalhão e bigodudo, uma biografia, que não condizia bem com a realidade. E a
própria realidade de Amstein fora por ele próprio mitificada e mistificada, com
as suas fantasias, com as suas meias verdades e com a sua imaginação fabulosa,
propensa a exageros e transfigurações.
Por vários anos morei ao lado da Rua Professor Amstein, no apartamento que ficava no prédio dos Correios, em plena e esplêndida Praça da Graça.
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