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GOVERNO
FORTE, VIGILANTE E COMPETENTE, QUEM É QUE NÃO QUER?
Antônio Francisco Sousa - Auditor-Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
A
surpreendente falta de surpresa quanto ao resultado da ensaiada jogada de
marketing, a dita luta dos defasados boxeadores cinquentões Mike Tyson e Roy
Jones Junior, no sábado pré-eleitoral, empatada ao final, como que antevia a
decisão do pleito eleitoral em muitos dos locais onde ele se realizaria: os que
saíram à frente no primeiro turno, dificilmente, não se sagrariam vencedores no
returno. Na capital dos piauienses aconteceu conforme o previsto, o vencedor
dos dois turnos nocauteou com votos o segundo colocado.
Enquanto
a cidade de Recife escolheu o mais jovem prefeito do Brasil, vinte e sete anos,
Teresina optou pelo mais velho, setenta e quatro anos. Fosse esse um servidor
público, do tipo funcionário, empregado, não eleito pelo povo, já a partir de
agosto próximo seria afastado, compulsoriamente, do cargo por haver atingido o
limite cronológico máximo, constitucionalmente, permitido.
O
presidente regional do partido do novo prefeito fez questão de vir a público
para dizer que o cidadão não será marionete nem fantoche de grupos políticos. Nossa!
Seria por que más línguas, revanchistas, dentre as que não se conformaram com o
resultado das urnas, em comentários reservados ou aleivosos, falam que estaria
para se instaurar na capital, a partir de janeiro vindouro, um novo caso de
regência governamental por triunvirato? No Brasil já tivemos um provisório e
outro permanente, da abdicação de D. Pedro I à decretação da emancipação de D.
Pedro II; e um terceiro, no Amapá, até a intrusão dos franceses no território,
ocorrido entre mil oitocentos e noventa e quatro e noventa e cinco. Não votamos
no vencedor, nem ajudamos a eleger o atual presidente da república, mas tanto
ao segundo consideramos nosso governante, quanto ao primeiro consideraremos, a
partir de janeiro de dois mil e vinte e um, a não ser que ele abrisse mão,
voluntariamente ou não, do cargo que lhe delegaram milhares de teresinenses. É
que, dada a explícita dificuldade de comunicação, talvez a falta de experiência
administrativa, eis que sempre foi um esculápio, mesmo enquanto parlamentar –
tanto que nunca desistiu de ser chamado e tomado por médico/doutor –, quem
sabe, até que se inteirasse da nova condição, tomasse pé da situação em que se
enredou, gestor público de uma enorme cidade, consideradas as pequenas que
tentou governar – seus três principais idealizadores, o presidente, senão
vitalício, irremovível chefe do poder legislativo estadual – a propósito, pelo
que se tem sabido por meio da mídia, eleição na casa que há muito dirige, na
prática, só de vice-presidente para baixo; o vice-prefeito, experiente,
articulado político e, ainda, especialista em segurança, e o terceiro homem, o
artífice da campanha exitosa, e uma espécie de preceptor adulto do gestor
eleito, conduzissem a administração do município.
É esperar para ver se o eleitorado fez a coisa certa: o prefeito eleito, arregaçando as mangas e tentando aos trancos e barrancos cumprir, pelo menos em parte o que prometeu durante a campanha: cuidar das pessoas, criar empregos, tirar a cidade do atraso em que, segundo ele, encontra-se em termos de educação, saúde e segurança; fazer, enfim, um governo, no mínimo, muito melhor que os anteriores. Nada obsta que possa exercer seu mandato delegando poderes a pessoas que, sabidamente, poderão ajudá-lo, como as que o fizeram durante a fase preliminar ao pleito. O que não pode, nem deve, certamente, não o fará, consoante já garantiu o dirigente de sua legenda, é abdicar da gestão e administração do governo, passar procuração e plenos poderes a quem não seja competente, legitimamente, para fazê-lo. O que o povo espera de um cidadão por ele escolhido para conduzi-lo, na condição de gestor público ou como parlamentar, é que seja forte, vigilante, inteligente e articulado o suficiente para não permitir que usurpem suas insígnias e conquistas; ninguém quer blefadores ou simulacros, como se mostraram, dias atrás, Mike Tyson e Roy Jones Junior, naquela luta chinfrim e mequetrefe.
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