NOTURNO EM DOR MAIOR
Elmar Carvalho
na noite ca’lad(r)a
um cão ladra
sem resposta
um galo canta
sem o eco doutro galo
um vaga-
lume vaga
sem lume
vaga-
rosa/mente
demente
na noite vaga
uma ave
noctívaga
navega
na vaga
do m’ar sem movimentos
nos cataventos
sem ventos
e de mirantes
sem mira/gens
a morte espreita
nos olhos vidrados
do enforcado.
Li atentamente o poema do confrade Elmar.
Um sentimento de profundidade e pesar assolou o meu coração, pareceu que a solidão e o medo associaram-se em conluio para representarem o inimaginável vulto da morte. A leveza das imagens descritas confundiu a minha mente com o encanto da própria morte, a exemplo da obra do poeta Fernando Pessoa, a quem tenho a honra de ser homônimo.
Assustou-me o fato de a descrição soturna da morte ter me embevecido como estivesse se reportando a uma figura divina, quiçá, feminina!
A figura do ser notívago, aludida no verso 14, por certo, demonstra o meu ver, corroborado, inclusive, 'pelos olhos vidrados do enforcado' assustadoramente envolventes!
Este é um poema assustadoramente belo!
Embora me reste apresentar-lhe cumprimentos pela obra, descobri a pequenez da palavra parabéns para significar o mérito da sua verve poética. Assim, vou repeti-la diversas vezes para reforçar o seu significado.
Parabéns, parabéns, parabéns, parabéns ...
Com um fraterno abraço,
Fernando de Sousa Rocha
Cadeira 32 da AMALPI
Observação: achei tão apropriado o comentário acima do Irm.: Fernando Rocha que resolvi publicá-lo imediatamente abaixo do poema.
Li atentamente o poema do confrade Elmar.
ResponderExcluirUm sentimento de profundidade e pesar assolou o meu coração, pareceu que a solidão e o medo associaram-se em conluio para representarem o inimaginável vulto da morte. A leveza das imagens descritas confundiu a minha mente com o encanto da própria morte, a exemplo da obra do poeta Fernando Pessoa, a quem tenho a honra de ser homônimo.
Assustou-me o fato de a descrição soturna da morte ter me embevecido como estivesse se reportando a uma figura divina, quiçá, feminina!
A figura do ser notívago, aludida no verso 14, por certo, demonstra o mer ver, corroborado, inclusive, 'pelos olhos vidrados do enforcado' assustadoramente envolventes!
Este é um poema assustadoramente belo!
Embora me reste apresentar-lhe cumprimentos pela obra, descobri a pequenez da palavra parabéns para significar o mérito da sua verve poética. Assim, vou repeti-la diversas vezes para reforçar o seu significado.
Parabéns, parabéns, parabéns, parabéns ...
Com um fraterno abraço,
Fernando de Sousa Rocha
Cadeira 32 da
Membro da AMALPI
ResponderExcluirIrmão, seu comentário foi tão pertinente e bem-feito, que o transportarei para o próprio blog, e o postarei abaixo do texto.
ResponderExcluirLi atentamente. Você se superou, arrasando. Belo é profundo.
ResponderExcluirFiquei comovido com suas palavras generosas, caro amigo Chico Miguel. Abraço.
ResponderExcluir