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A Teia de Penélope
Nogueira Tapety (1890 – 1918)
Penélope tecendo e destecendo a
trama,
Num trabalho incessante,
improfícuo e exaustivo
Simboliza este amor fatal que nos
inflama
A cuja ação ela há de viver, como
eu vivo.
Ao seu lado fui sempre
inexprimido e esquivo,
Entretanto hoje, ausente, em mim
tudo a reclama
E ela que me foi sempre um vulto
fugitivo,
Há de, a esta hora, sentir que
sua alma me chama.
Ah! capricho cruel, como dói teu
efeito
Que me isola inda mais na minha
soledade
E um deserto sem fim vem semear
no meu peito.
Agora, busco-a em vão na maior
ansiedade;
Desgraçado que eu sou, pois nem
sinto o direito
De invocá-la através desta amarga saudade.
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