AS RODAS DE SÃO GONÇALO
Elmar Carvalho
Recebi a visita do professor Alexandre Costa. Fazia meses que
não o via. Estava feliz, porque fora eleito delegado de Regeneração em um
congresso cultural e porque irá cursar mais uma especialização. Lembrei-lhe
que, desde que assumi a Comarca de Regeneração, tanto para pessoas com
interesse cultural, como nos eventos culturais de que tenho participado, venho
defendendo a ideia de que o município deve restaurar os folguedos das danças e
cantigas de São Gonçalo.
Tenho dito que, bem ou mal, o folguedo bumba meu boi vem
sendo preservado, tanto na capital como em vários municípios do estado. Defendo
que em terras gonçalinas, mormente em Regeneração, cuja matriz foi erigida sob
a invocação desse santo alegre, violeiro e festeiro, o grande diferencial seria
o cultivo das rodas de São Gonçalo, que outrora eram praticadas em vários
municípios.
Já observei que Amarante, situada a dezoito quilômetros de
Regeneração, vem preservando as suas tradições, a sua cultura e os seus
folguedos, como a dança do cavalo piancó, as danças portuguesas, o seu
patrimônio arquitetônico, que é um dos mais ricos do Piauí, o cultivo do poeta
maior Da Costa e Silva e da literatura amarantina.
O professor Alexandre revelou-me que, para minha satisfação,
a comunidade de Morro Branco vem realizando as rodas de São Gonçalo, e que, de
uniforme novo, patrocinado pelo município, fez bela apresentação no dia 2 de
dezembro passado. Contou-me que o Ponto de Cultura de Regeneração, dirigido
pelas Irmãs Franciscanas, conseguiu aprovar o projeto “Fulô de Piqui”, que
contempla, entre outras metas, o apoio e incentivo a esse grupo gonçalino de
Morro Branco, para que a dança e as cantigas de São Gonçalo voltem a ter a
pujança que já tiverem no passado.
E isso fará jus à história da Vila de São Gonçalo da
Regeneração, outrora habitada pelos índios gueguês e acoroás, que tanto
gostavam de cantar e dançar, como igualmente gostava o padroeiro São Gonçalo,
conquanto para finalidades pias.
4 de março de 2010
Realmente esses grupos estão desaparecendo como a Marujada em Parnaiba, somente com projetos de roteirização turística é que esses grupos são vistos e valorizados.
ResponderExcluirSou apreciador das rodas de São Gonçalo. Em Angical tive o prazer de assisti-lo. Interessante!
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