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DO AMOR
José Expedito Rêgo
Nada existe de mais belo do que o amor em nossas vidas. Não só o Amor Universal pregado por Jesus Cristo, mas o sentimento particular entre homem e mulher. Mesmo que seja engodo da natureza madrasta, no entender de Schopenhauer, amor como o de Romeu e Julieta é o que há de mais sublime, mais digno de ser vivido.
Existe coisa mais deliciosa do que os jogos de amor? Começam por breve olhar, de sorriso acompanhado. Vem depois de um leve aperto de mão, outro olhar mais profundo, penetrando os íntimos arcanos de cada amante. E o beijo, o primeiro beijo, quem pode nunca esquecer esse momento sem par, quando o mundo que nos cerca desaparece de todo e mergulhamos no sonho de inigualável ventura?
E amor não envelhece, muda de feição.
Augusto dos Anjos não acreditava no amor:
“Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.”
Não é bem assim, meu caro poeta. Não existem somente amores fúteis. Há amores que perduram até depois da morte de uma das partes, como o de Machado de Assis por sua querida Carolina:
“Trago-te flores, restos arrancados
da terra que nos viu passar unidos
e ora mortos nos deixa e separados.”
Ou então o amor de Jacob por Raquel – Serrana bela, pela qual serviu de pastor durante quatorze anos, antes de tê-la por esposa, dizendo:
“... mais servira se não fora
para tão longo amor, tão curta a vida.”
Também do grande Camões a sua Natércia que cedo morreu e a quem pediu:
“Roga a Deus, que teus anos encurtou
Que me leve de cá tão cedo a ver-te
Quão cedo de meus olhos te levou.”
Ah! O amor eterno! Para mim basta o terreno, muito belo e gratificante. Não acredito nas coisas do Além, apesar da onda do espiritismo que vem crescendo neste final de século, a começar pelas novelas de televisão e reportagens sobre extraterrestres.
Acredito no Amor Sentimento que se completa com o sexo, indispensável na vida do ser humano normal. Não entendo como a Igreja Católica defende ainda o celibato dos padres, uma prática completamente contra as leis da natureza.
Em matéria de amor, quem melhor se explica é Vinícius de Moraes:
“Que não seja imortal, posto que é chama,
mas que seja infinito, enquanto dura...”
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