SOU ASSIM
Alcione Pessoa Lima
No meu horizonte, ainda brilha um sol.
E consigo ver, tão nítida, a majestosa linha do tempo...
Virando a página do dia.
Se há um verão, lágrimas secarão minha retina...
Como uma fonte que revela suas pedras e tropeços...
Os recomeços, na persistência de um amor vivido.
E sinto esse amor, um prazer, em repouso.
Com toda a clareza, senão dos sábios, mas de um aprendiz.
De ninguém desprezo a sapiência adquirida com os anos vividos...
Embora sempre atento à criança dando seus primeiros passos.
Cada cor é como um caminho que me leva a entender as diferenças...
O silêncio é um livro aberto a me ensinar a arte da audição,
Arquivando os sentimentos mais puros, no coração.
Nunca tive um olhar piedoso, tampouco a vaidade da filantropia...
Desprezo a estrada larga, sinalizada, que me retira o desejo de descobridor...
Não me desvio dos espinhos pra colher a flor.
Se é melancólica a minha alegria, será sempre uma festa, a minha dor.
Não quero a alforria dos sofrimentos, tampouco, a eternidade dos felizes!
Excelente trabalho de Alcione Pessoa. Uma poesia onde as perguntas filosóficas são respondidas imediatamente pelo autor que parece se preocupar que as dúvidas não se transforme em angústias. Parabéns!
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