domingo, 20 de março de 2022

SOU ASSIM



SOU ASSIM


Alcione Pessoa Lima


No meu horizonte, ainda brilha um sol.

E consigo ver, tão nítida, a majestosa linha do tempo...

Virando a página do dia.


Se há um verão, lágrimas secarão minha retina...

Como uma fonte que revela suas pedras e tropeços...

Os recomeços, na persistência de um amor vivido.


E sinto esse amor, um prazer, em repouso.

Com toda a clareza, senão dos sábios, mas de um aprendiz.

De ninguém desprezo a sapiência adquirida com os anos vividos...

Embora sempre atento à criança dando seus primeiros passos. 


Cada cor é como um caminho que me leva a entender as diferenças...

O silêncio é um livro aberto a me ensinar a arte da audição,

Arquivando os sentimentos mais puros, no coração.


Nunca tive um olhar piedoso, tampouco a vaidade da filantropia...

Desprezo a estrada larga, sinalizada, que me retira o desejo de descobridor...

Não me desvio dos espinhos pra colher a flor.

Se é melancólica a minha alegria, será sempre uma festa, a minha dor.


Não quero a alforria dos sofrimentos, tampouco, a eternidade dos felizes!   

Um comentário:

  1. Excelente trabalho de Alcione Pessoa. Uma poesia onde as perguntas filosóficas são respondidas imediatamente pelo autor que parece se preocupar que as dúvidas não se transforme em angústias. Parabéns!

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