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PAULO DE TARSO
Alcione Pessoa Lima
Poeta e cronista
Boas lembranças nunca devem ser esquecidas. Principalmente, as do tempo de criança, onde se faz muitos amigos. Acontecem entre vizinhos; colegas da escola; nas boas peladas no campinho de várzea; e, principalmente, em turmas reunidas na calçada, brincando, conversando e fazendo traquinagens.
Assim, dentre essas pessoas memoráveis, conheci Paulo de Tarso Moraes, uma figura humana simples, mas que, mesmo com todas as dificuldades da vida, tornou-se jornalista, cidadão respeitado em nossa Capital, para surpresa minha, pois, somente muitos anos depois, o reencontrei brilhando no cenário das comunicações da cidade (embora sem graduação na érea e, sim, em Filosofia, concluída próximo ao seu falecimento), obviamente, sua aptidão recebeu grande força e orientações de seu tio, imortal da Academia de Letras de nosso Estado, escritor Herculano Moraes.
Quando vizinhos, era assíduo frequentador de minha casa, não somente para brincadeiras, mas, principalmente, para junto dos amigos, assistir TV, na época, somente com os canais Clube, iniciando, ou Tv Ceará, que era repetidora da extinta Rede Tupi. Entre filmes, jogos, novelas, lá estava ele, com uma camisa em tamanho bem superior ao seu, sentado no chão, igual a todos, e cobrindo-se com a referida peça, até os pés, para proteger-se do clima, naquela época bem mais ameno, em razão de ainda existir muita vegetação nativa e pouca moradia ao redor. Paulo de Tarso era um garoto querido por todos, e parceiro, tendo sua característica maior, a discrição, e, demonstrando ter um objetivo traçado (já exímio leitor), que o levaria ao êxito alcançado.
Contudo, a maior surpresa foi a notícia da sua precoce e fatídica partida, após acidente de motocicleta, que comoveu a cidade, amigos, e a imprensa de modo geral de nossa Capital.
O respeito e reconhecimento alcançado, diria, não na proporção de Torquato Neto, que de maneira semelhante, também deixou a terra muito cedo, com um legado, fato devidamente demonstrado, recentemente, em maravilhoso texto compondo a Revista Revestrés, edição que levou o seu nome.
Assim, vejo que muitas pessoas, embora vivam em periferias, com muita dificuldade financeira, nascem com uma estrela, ou têm ao seu redor pessoas que os alimentam em seus sonhos e objetivos. Lamentável, apenas, a sua vida abreviada, mas o tempo de Deus é assim mesmo, e cabe a Ele, apenas, a explicação; contudo, Sua provisão ao presentear-nos com espíritos iluminados, como o de Paulo de Tarso, é fato gratificante a todos nós. Deus o tenha em um bom lugar!
Obrigado, amigo!
ResponderExcluirDe nada. Conheci o Paulo. Foi uma bela homenagem que você prestou ao nosso saudoso amigo.
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