Fonte: Google |
No voo cortante da tarde
H. Dobal (1927 - 2008)
Dói o domingo
no ninho dos tédios.
Dói o verão:
esta pele seca
estirada
sobre os ministérios vazios.
Dói o clube
dos domingos.
Dói o rito
dos domingos:
o amargo esporte
de viver.
O amargo esporte
de esquecer.
Dói a divisão da vida:
o pão subtraído,
o peixe poluído,
a paz envenenada.
Dói o voo cortante desta tarde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário