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Estranhas Formas
Everaldo Moreira Veras (1937 –
2011)
O zumbido me atormenta
já cresceu tanto que me
engravidou.
De onde vem?
Por que me persegue?
Sei que não sei
mas sei
que é regular
singular
como a máquina fabricando o
demônio de três pernas.
Esta ressonância equilibrada
me confunde:
a espada de fogo me aponta
direções opostas e complicadas.
Se corro — a repetição me busca.
Se paro — a desigualdade me
ofusca.
Tenho dois ouvidos incompletos.
Por um entra a disciplina
da razão calma e delicada.
Por outro o desconexo, triste
grito,
em ritmo de
eu-tu-ele-nós-vós-eles.
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