UM POEMA DE AMOR
Elmar Carvalho
Eu me entrego todo
a teu corpo de doação
aberto como
corola e cálice
aberto para a
recepção de meu corpo
que também se entrega.
Percorro
–
minhas mãos –
percorro
teu
corpo
em ânsia
em busca
de seus
recantos secretos
de suas grutas escondidas
de suas fendas perdidas
de suas chagas naturais.
Eu me te entrego
que te me entregas
como uma dádiva
que te dou e que me dás.
Nos instantes
de nossos afetos
percorro os relevos e as vertentes
de teu corpo como
quem penteia
cabelos de nuvens
e altera
a posição
das estrelas.
E desejaria,
nessas horas
de lúcidas loucuras
que um brutal espasmorgasmo
nos consumisse
nos braços um do outro.
E que uma
longa vertigem
nos transportasse
ao paraíso
dos sonhos das quimeras
e dos loucos.
Parnaíba, 1979
Ótimo poema com palavras fortes, mas que jamais descambam para a vulgaridade! E os seis últimos versos elevam sensivelmente a qualidade desse poema da mocidade!!! 👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirLindo!!! Lindo!!!.patabéns.✌👏✌
ResponderExcluirMuito obrigado, diretos amigos. Fico contente que tenham gostado desse poema de minha juventude. Tinha apenas 23 anos.
ResponderExcluir* diletos
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