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AUTOBIOGRAFIA
Elmar Carvalho
Após seguir os mais ásperos
caminhos,
Napoleão avesso, eu próprio
me coroei
com uma coroa de cravos e
espinhos.
Subi montes, rompi charcos,
atravessei grutas sem luz,
com os ombros esmagados
ao peso de férrea cruz.
Em noites de névoas e
luares
sofri e cantei perdido nos
lupanares.
Em dias de sol escaldante e
incandescente,
fui casto Dante
e Baudelaire delirante e
indecente,
pelas tardes mornas de ressacas
e orgias.
No Olimpo a que subi em busca
dos mitos, à procura de
Zeus,
pregaram-me numa cruz onde
puseram irônica tabuleta:
“Rei dos Judeus”.
Por frígida e pálida manhã,
envolto em solidão e
neblina,
rasguei e perdi minha toga
purpurina.
Cheio de ódio e de amor,
sorvendo taças e mais taças
de bebida balsâmica e malsã,
nos bordéis de Eros, nos
templos de Pã,
e nos palácios dourados de
Mefisto,
onde sucumbo e resisto,
no meio de mentira e
desengano,
fui Satã,
fui Cristo,
fui Humano.
Te. 17.11.95 – 04:25h
Caríssimo poeta, afirmo categoricamente que seu poema é ótimo! Obra de um beletrista irretocável! Só não me arriscarei a dizer a que escola literária pertence. Não passarei esse mico. Kkkkkkkk
ResponderExcluirPerdido nos lupanares
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