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VICENTE LEAL – ALÉM DA TOGA, AS LETRAS
Elmar Carvalho
Recebi um e-mail do colega e
amigo Carlos Hamilton, em que ele me informava que no clube dos magistrados o
ministro Vicente Leal perguntara por mim. Respondi-lhe que um dia lhe contaria
em que circunstância o conheci. Passo a cumprir a promessa.
Dez anos atrás, num congresso
promovido pela AMAPI, realizado no auditório do Metropolitan Hotel, o ministro
se fazia presente, como um dos convidados especiais de nossa associação.
Através do deputado Humberto Reis, de quem tive a honra de ser amigo, ouvira
falar sobre ele, já que ambos eram naturais de Jaicós, sendo que Vicente era
filho de um município hoje desmembrado daquele. Também eu já lera um discurso,
em que ele fazia o elogio de seus pares, com muita elegância, poder de síntese,
capacidade de observação, e, sobretudo, sabendo extrair de cada um as
qualidades que lhe eram mais características.
Na sexta-feira, a direção do
congresso nos avisou que haveria uma confraternização à noite, em nosso clube.
Ao sair do auditório, pensando em comparecer ao evento, perguntei a um
recepcionista se Vicente Leal estava hospedado no hotel. O servidor respondeu-me
afirmativamente. Autografei um exemplar da antologia A Poesia Parnaibana, da
qual eu era coautor, e pedi-lhe entregasse ao ilustre hóspede. Disse-me que
ainda naquele dia o ministro receberia o livro.
Depois, por indisposição de minha
mulher, resolvi não ir à festa. No dia seguinte, sábado, ao chegar ao
auditório, para assistir às conferências, fui abordado pelo desembargador José
Gomes Barbosa, pessoa de minha estima e consideração, que me disse que Vicente
Leal desejava conhecer-me. Indiquei-lhe o local em que ficaria.
Alguns minutos depois, vi o
desembargador, acompanhado de uma pessoa, que julguei tratar-se do ministro,
caminhar em minha direção. Fui-lhes ao encontro. Vicente Leal cumprimentou-me,
sorridente, e se disse admirado de eu ainda ser jovem, pois julgara fosse eu
bem mais velho, dado as qualidades que atribuiu aos meus modestos poemas.
Perguntou-me se eu não tinha outros livros, porquanto gostaria de lê-los.
Prometi enviar-lhe outros volumes de minha autoria.
Quando fui lançar a segunda
edição de Rosa dos Ventos Gerais, em Brasília, pedi à professora Clea Rezende
Neves de Melo, minha amiga e companheira de lançamento, irmã do desembargador
Osíris Neves de Melo Filho, que o convidasse. Para minha satisfação, o ministro
Vicente Leal compareceu, após desvencilhar-se de seus compromissos no STJ.
Como homenagem a ele, quero fazer
o seguinte registro: outro dia, numa audiência, o procurador do INSS, o
advogado Erasmo Sousa, disse haver trabalhado na Justiça Federal no Piauí.
Perguntei-lhe qual o juiz que ele mais admirara a capacidade de trabalho.
Respondeu-me que vários.
Contudo, disse que o que mais
tinha habilidade em compulsar um processo volumoso e conseguir sintetizá-lo em
decisão rápida e precisa fora o ministro Vicente Leal, nas vezes em que atuara,
temporariamente, no Piauí. Após aposentar-se, o ministro deu vazão ao seu
talento literário, e vem escrevendo belas crônicas, concisas e bem redigidas,
que certamente há de recolher em livro.
6 de julho de 2010
Como sempre, caríssimo poeta, uma crônica irretocável, especialmente por ter como personagem central, um homem de vulto!!!!!!
ResponderExcluirMuito obrigado, caro amigo e colega Édison Rogério.
ResponderExcluirBela homenagem a meu amado Pai. Muito obrigado!!!!
ResponderExcluirFico feliz de o amigo haver gostado. Várias pessoas postaram comentários em grupos em que a publiquei.
ExcluirEstimado confrade, poeta Elmar. Suas crônicas são poesia aos nossos ouvidos. Sempre muito agradável lê-las. A habilidade com as palavras sempre lhe foi, como de fato ainda é, muito peculiar. Obrigado por compartilhar conosco.
ResponderExcluirCaro confrade e irmão Campelo Filho, fiquei deveras desvanecido com suas bondosas palavras.
ResponderExcluirCaro amigo Poeta, acessar o seu blog passou a ser uma das minhas tarefas mais agradáveis do dia, uma vez que lá tenho sempre algo importante ou agradável para ler. como no presente caso em que descreves com tanta maestria a história de como conheceu o ilustre ministro Vicente Leal. Imagino com que prazer os familiares do renomado piauiense leram também o belo e singelo texto sobre o ilustre piauiense.
ResponderExcluirMuito interessante. Desejo conhecer alguns trabalhos do Ministro Vicente Leal.
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