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FLAGRANTES DE TERESINA
Elmar Carvalho
I
À meia-noite
percorria a praça.
A noite era silente e fria
e nenhuma estrela luzia ...
O manto escuro tudo
envolvia e ninguém existia.
Apenas o olhar cego
do Conselheiro, ao longe,
indiferente, me via.
II
Em criança
a carranca do Barão
em seu assombro me
fascinava.
Seu bigode recurvo espetava
o ar
a ceifar a brisa como às
nuvens
e ao céu o alfanje lunar.
Um besouro inoportuno
bolinou o bigode do Barão
e o bigode de bronze
imperceptivelmente se
moveu.
III
Na praça Saraiva
uma flor fez-se borboleta
e desferiu um voo rasante
sobre a cabeça do
Conselheiro
que permaneceu
impassivo e contemplativo
em sua dura
postura de escultura:
hierático e estático.
Belo poema! Parabéns! Gostei do bigode que imperceptivelmente se moveu
ResponderExcluirImperceptivelmente se moveu.
ResponderExcluirParabéns mestre!
ResponderExcluirCaríssimo, o alfange lunar espetando as nuvens e o céu foi demais!!!
ResponderExcluirE esse poema parece ser novo!
Maravilha 🙌🙌🙌
Vc foi e sempre será um grande.poeta e um grande homem.Parabéns primo.
ResponderExcluirAlém da beleza dos versos nesse poema, o que me chamou a atenção foi a observação do poeta. A beleza está em tudo e em todo lugar, compete ao poeta revela-la para todos.
ResponderExcluirQuando uma pedra for simples pedra, não existirá mais poesia. Disse certa poetisa.
ResponderExcluirLembrei-me, também, do trecho de "Estátuas" - de Luís Vernando Veríssimo:
(...) Uma estátua é um equivoco em bronze – diria o Mario Quintana, para começar a conversa.
– Do que nos adianta sermos eternos, mas imóveis? – diria Drummond. (...)
Parabéns!!
Correção: "Estátuas", de Luís Fernando Veríssimo. Att
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