AINDA JOSÉLIA
Elmar Carvalho
Ontem, quando vinha a Parnaíba,
com a missão de fazer a apresentação de Manuel Domingos Neto e de seu livro “O
que os netos dos vaqueiros me contaram”, resolvi passar pela casa de meus pais
em Campo Maior, sobretudo com o objetivo de lhes entregar cópia da crônica que
publiquei neste Diário, datada do dia 17, sob o título “A morte de Josélia”,
uma vez que eles não são navegantes da internet, na qual fora publicada.
Talvez nisso tenha havido certa
dose de recôndito e dissimulado sadismo sentimental e vaidade artística, que
nem Freud saberia explicar. É que meu pai é muito emotivo e eu sabia que
derramaria lágrimas. Enquanto esperava a refeição num restaurante de Piracuruca,
liguei para minha mãe. Ela me informou que papai chorara copiosamente, e lhe
lera, com voz embargada e entre lágrimas e soluços, a crônica elegíaca sobre a
morte de minha irmã.
Posteriormente, já em Parnaíba,
após ter cumprido minha missão literária no SALIPA, verifiquei que no meu blog
havia um comentário de minha filha Elmara sobre esse texto, em que ela se
declarou emocionada, sobretudo na parte em que narrei o sofrimento de meus
pais.
Havia outro, da lavra do escritor
e professor Cunha e Silva Filho, do qual, algo cabotinamente, pinço o seguinte
trecho: “A sua querida Josélia teve o destino dos que se vão cedo e têm sua
biografia brutalmente interrompida. (…) A poesia, ou a crônica poetizada, como
esta que lhe dedicou de corpo e alma, tem suficiente poder de tornar sua
irmãzinha sempre viva e doce, e bela e alegre junto de você e de sua família.”
Com efeito, ela não é apenas uma
fotografia na parede, como no poema de Drummond. Continua muito viva na memória
e na saudade de nossos pais e de todos aqueles que a conheceram e lhe tinham
estima e amizade.
21 de agosto de 2010
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirEu não esqueço a Josélia e o carinho que ela dedicava as pessoas.👍🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻
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