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AMARANTE
Elmar Carvalho
doce amaro
pródigo
avaro
amarante
ante-amar-te
anti-amar-te
antes sempre após
agora
sem agouro sem demora
sem pressa e sem presságio
pé ante pé
perante tuas casas sonolentas
diante das fráguas das
serras
que descerras em cortinas
de azuis
descortinas neblinas
na paisagem –
plumagem/brumagem fixada
na retina retentiva
redentora do poeta
amarante
amaranto de
memórias atávicas de
catimbós
murmúrios ancestrais de
urucongos
requebros lascivos de
velhos congos
resquícios longínquos de
quilombos
encravados em abissais
cafundós
dos antepassados cativos
altivos dos mimbós
perante ti
amarante
a água escorre lacrimal
pela sinuosidade do morro
da saudade
deságua na desembargador
amaral
e de val em val
de sal em sal
boceja nas bocas de lobo
dos esgotos
gargareja nas gargantas
gosmentas dos gargalos
mergulha e deriva singular
nas águas plurais do
parnaíba
amarante
perante ti
imperante
o vento verdeja agreste nos
ciprestes
rumoreja aguado nos aguapés
sacoleja sem leste oeste
a copa fagueira das
faveiras
tuas tardes tardas dolentes amaras
abres das janelas
debruçadas em melancolias
e alicias e (re)velas
as moças nas modorras
mormacentas macilentas
em que delicias cilicias e
acalentas ...
Um belo poema para uma encantadora cidade, minha terra. Marcelino Barroso.
ResponderExcluir“Gargareja nas gargantas gosmentas dos gargalos”!
ResponderExcluirO caro poeta usa e abusa, com maestria, da aliteração!!!
Lindo poema!
Édison Rogério.
Eita! Muito obrigado, estimados amigos.
ResponderExcluirSou suspeito, amigo, para tecer elogios sobre seus poemas. Mas, como semprebo faço: tens o me aplauso e admiração. Maravilha! Abraço
ResponderExcluirTexto para sentir. Parabéns.
ResponderExcluirMuito obrigado, caros amigos.
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