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NA NOITE
Elmar Carvalho
Na noite
um sapo coaxa.
Uma puta triste
acha graça. Acha graça.
Um galo
às desoras desfere um canto
fora de hora. E chora.
Um cão ladra por nada:
nenhuma cadela no cio.
O silêncio
grita como louco
na concha acústica
dos labirintos dos ouvidos
moucos
por onde um Teseu lasso
caminha
em busca do Minotauro –
perdido
sem o fio de Ariadne –
conduzido por outro fio
que parte / se parte e
se reparte entre o ser
e o não ser.
E os gritos de Teseu
arrancam ecos
que já ecos de si mesmos
se repetem se repetem
até a mais completa
absoluta exaustão.
Esta noite é bastante completa. Tem de tudo. Muito bom. Abr
ResponderExcluirMuito obrigado, caro irmão e poeta Francisco Almeida.
ResponderExcluirO confrade conhece aquela musica A veia debaixo da cama?
ResponderExcluirNoite de insônia brava, ao ponto do eu-lírico perceber tantos detalhes, inclusive o grito de mitos, da dor da angústia de luta de morte.
ResponderExcluirPoema bem elaborado!
Wilton Porto
Belo e sonoro, semeado em um campo vasto em que as palavras transformam e transbordam. Às vezes triste, às vezes impactantes, mas que, antes de tudo, levantam muros para impedir a passagem do que é feio, do que e mau .
ResponderExcluirJosé Pedro Araújo.