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O POETA E O INSETO
Elmar Carvalho
Uma música longínqua
e melancólica cria
ressonâncias
na concha acústica de minha
alma.
A bebida eu a tomo em
longos goles.
Um inseto pousa sobre
a mesa e me faz companhia.
Sorve um trago da
porção/poção
(derr)amada. E se embriaga.
A tristeza imensa me deixa
cruel:
enxoto o pobre inseto
bêbado que
ensaia um atropelado voo. E
cai.
A tristeza continua a
crescer e a cair
em minha alma como
infiltrações de estalactites
em (f)urna mortuária
..........................................
Estamos acostumados a nos livrar dos seres menores, que muitos nem precisam estar num momento angustiante de fossa. Além do nojo, há o medo, o incômodo.
ResponderExcluirPara o Escritor, tudo é motivo para um texto. Nem sempre paramos para averiguar a importância de cada ser vivo. Na sua crônica há o indícios de que o Escritor estava num mau momento, contudo, existem tantos insetos que nos incomodam, que queremos afastá-los de todas as formas. A paz nem sempre possível, provoca todo tipo de reação.
Mas, o que me chama a atenção nesta elucubração é que, a crônica ou conto, pois deparo-me com uma tragédia ou social, quem sabe psicológica, em que o inseto, mais do que companhia, deseja matar a sede ou fome e num voo razoável tomba morto.
Texto acima Wilton Porto
ResponderExcluirO POETA E O INSETO - Trata-se de uma poesia arquitetada, bem trabalhada e, porque não dizer, esteticamente produzida. Da Costa e Silva, tem diversos cantos dedicados à flora e à nossa flora (como é o caso do "BESOURO"). Digo, sem exagero, esse seu trabalho poético é de rara feitura. Parabéns, meu poeta, hoje foi um bom início de dia.
ResponderExcluirVirgílio Queiroz fez o comentário acima.
Muito obrigado, caros poetas Wilton Porto e Virgílio Queiroz.
ResponderExcluirMuito obrigado, caros poetas Wilton Porto e Virgílio Queiroz.
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