PIRIPIRI
João
Ferry (1895 - 1962)
Piripiri, paus-d'arco em flor, ouro,
Enfeitando a ramagem das florestas,
Uma fonte trancada qual tesouro
E a cidade ridente sempre em festas
Piripiri, tu és meu pensamento,
Tudo que é teu adoro sem receio,
Quero exaltar de ti, num só momento,
Desde a Fonte dos Matos, ao Recreio.
Mocozal, Paciência, o bel Mosquito,
Nos meus versos jamais esquecerei
O Cabresto, riacho tão bonito,
Que até mesmo sem água cantarei.
Garibaldi, de sonhos e quimeras,
Onde viveram tantas ilusões,
Como é doce lembrar as doces eras
Em que as trevas em ti eram clarões.
Nossa Senhora dos Remédios, festas
De outubro tão queridas e tão boas,
Tudo relembro e penso e sonho nestas
Noites de serenatas e de loas.
Flor dos Campos, de campos tão floridos,
Rio dos Matos , fonte de nossa alma,
Passeios domingueiros tão queridos,
Em que a gente pensando perde a calma.
Açude do anajás, ai, come é triste…
Vive sempre a chorar as suas mágoas,
Para nós até mesmo não existe,
Quando as chuvas não trazem suas águas.
Piripiri, falando à tua gente,
Solicito em teu seio o meu ingresso,
Para saudar-te, de prazer contente,
Pela marcha feliz do teu progresso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário