domingo, 30 de março de 2014

Seleta Piauiense - Almir Fonseca


Último Soneto

Almir Fonseca (1918 - 1972)

Padecendo no leito de Procusto,
Eu sinto a vida se esvaindo aos poucos,
E às vezes tenho pesadelos loucos
Que ao lembrá-los depois inda me assusto


Levados por espíritos de amoucos,
Num desespero crucial, injusto,
Desço, com a exiguidade do meu busto,
À escuridão das covas e cavoucos.


Mas quebrando os grilhões e os arganéus
Que me atavam às fundas sepulturas,
Surjo singrando a vastidão dos céus,


Como se navegasse em mansas vagas
Para alcançar as máximas alturas
Do além, buscando esplendorosas plagas...    

2 comentários:

  1. Almir de Sousa Fonseca Netto.25 de abril de 2014 às 10:29

    Meu querido avô, apesar de nao te-lo conhecido, de alguma forma sinto sua presença...

    Att: Almir de Sousa Fonseca Netto.

    ResponderExcluir
  2. Esse soneto não parece ser do Dr.Almir de Sousa Fonseca.

    ResponderExcluir