segunda-feira, 28 de abril de 2014

Será o Drone?



Será o Drone?

José Maria Vasconcelos 
josemaria001@hotmail.com

          De repente, olhei pro céu, início de noite. Algo estranho me prendeu a atenção por quase uma hora: objeto luminoso, vermelho intenso, flashes verdes, pairava por instantes, circulava desconexo sobre os céus do bairro São Cristóvão, seguia na direção de Timon, retornava.  Associei o estranho aparelho a discos voadores. Sinceramente, desejei que a misteriosa nave pousasse no meu quintal e me deportasse para experiência, digamos, transcendental.
          Entrei na rede social, divulguei o fenômeno. Logo aterrissaram internautas. Marcelo: “Não será um Drone, professor?”
          Drone, aparelho esportivo, de controle remoto, não tripulado, assemelha-se a helicóptero ou avião, de onde emanam luzes, paira ou se desloca no espaço aéreo. A indústria desses objetos vem de alguns anos, porém evolui para tamanhos maiores, utilizados em análise de topografia, agricultura, investigação policial e na guerra. Servem à Polícia Federal e forças militares de fronteiras brasileiras. Departamentos de polícia americana estão adicionando drones de alta tecnologia, nos arsenais de combate ao crime e vigilância coletiva. São usados no Afeganistão e países em conflito.
          O uso de drones cairia bem, durante os jogos da Copa do Mundo e nas conturbações urbanas. Empresas de vigilância privada, em estados americanos, já conseguem licença para utilizar o aparelho, com avaliação da aeronáutica, observando-se certos princípios de privacidade. Em breve, esses zangões metálicos serão tão familiares quanto o computador. No início, só a Nasa operava o enorme equipamento; ao longo dos anos, popularizou-se, diminuiu de tamanho e atende a infinitas operações. Os preços dos drones de brinquedo variam de 2 mil a 5 mil reais, dependendo do desempenho e tamanho. Os mais sofisticados aparelhos vão muito além desses valores. Por enquanto, surpreendem, mas, em breve, multiplicar-se-ão como carros e motos.
          Joana Lúcia acrescentou à rede: “Fui testemunha, Zé Maria. Fiquei bastante apreensiva. Imaginava um avião enfrentando problemas técnicos, sobrevoando a cidade, piscando luz verde e vermelha para consumir o combustível, como já aconteceu com o meu esposo.” Nessas circunstâncias, sempre despertam humorados rompantes: “KKKK, o que o professor andou fazendo hoje?”(Marcelf). Ou esta tirada de escanteio: “A luz vermelha podia ser da turma do PT” (Luís B). Joaquim, meio diluviano: “Devia tratar-se da arca de Noé anunciando chuvas torrenciais.”
          Não é de agora que novidades científicas causam apreensão. No início do século XX, o primeiro caminhão a circular na cidade cearense de Barbalha quase foi depredado pela população furiosa, temendo desastre das casas. O primeiro boeing a posar em Teresina, anos 60, atraiu multidão de curiosos, que “tocava a aeronave e a beijava”, conforme a revista Realidade. Usuários dos primeiros celulares chegados ao Piauí exibiam-se ao falar à engenhoca volumosa e antena esticada, símbolo de riqueza. Portanto, sou mais um, vítima desses encantamentos que parecem milagres de outro mundo.    

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