Canindé, Natim, Elmar e Francié |
Canindé, Elmar, Carlos Eduardo, Francié, Carlos Mendes e Natim |
AS BICAS
AQUANINDÉ E O VEXAME DO TREMEMBÉ
Elmar Carvalho
Não pretendia
voltar a falar no Tremembé neste Diário, uma vez que já pretendia encerrá-lo
com uma espécie de posfácio, exceto se algo digno de nota acontecesse. Feliz ou
infelizmente, o fato notável aconteceu.
Fomos passar o
período momesco em Parnaíba e na Várzea do Simão, zona rural de Buriti dos
Lopes. No domingo, com o Parnaíba cheio e, portanto, bastante convidativo a
esportes, resolvemos eu, Natim Freitas e Francié darmos um passeio de barco,
ainda cedo da manhã. Pretendíamos atingir a localidade Barra do Longá, que fica
a aproximadamente catorze quilômetros a montante. A 1.500 metros, mais ou
menos, passamos por dois pescadores, que estavam numa canoa movida a motor de
rabeta longa. Perguntamos-lhes se já tinham peixes para vender, mas eles
disseram não os ter, de modo que prosseguimos em nossa viagem.
Um pouco
depois, sem ver e sem para que, o motor estancou. Após várias tentativas, diante
da inutilidade de nossos esforços, desistimos de tentar fazê-lo funcionar. O
nosso motor de popa não fez jus, portanto, ao nome que lhe dei em homenagem aos
intrépidos Tremembés. Ainda bem que nossa viagem foi rio arriba, como diria o
poeta Da Costa e Silva, porquanto isso nos permitiu deixar a pequenina
embarcação ao sabor da correnteza. Só não ficamos à deriva porque tivemos a
precaução de levar dois remos.
Tornamos a
passar pelos pescadores. Pouco depois eles, na sua pequena canoa, nos
socorreram. Achei uma suprema humilhação o Tremembé ser rebocado por um
minúsculo motor de rabeta, e ainda por cima antigo. Demos uma gratificação aos
dois canoeiros, que ficaram satisfeitos, e demos a aventura náutica por
encerrada.
Essa ajuda foi providencial, pois a consciência me manda dizer que o
nosso preparo físico era insuficiente para vigorosos e demorados exercícios de
remos, mais adequados a uma galera romana. Como já assinalei em outra ocasião,
fiz a troca do casco inflável por um de alumínio; agora sinto, para minha
consternação financeira, que serei forçado a trocar de motor, o que só farei na
época das “vacas gordas”. Ou, quiçá, nas calendas gregas.
Fomos passar um
tempo na Toca do Velho Monge, que fica perto do “porto” (na verdade apenas uma
rampa de chão batido), quando recebemos a notícia de que o Canindé, meu amigo e
compadre, viera nos visitar, e se encontrava no Sítio Filomena à nossa espera.
De imediato seguimos ao seu encontro. Anunciei-lhe que iria dar como
“oficialmente” inauguradas as bicas que levam o seu nome. Fizemos uma espécie
de breve solenidade, em que o homenageado discursou. Ele agradeceu a singela
homenagem e falou de sua já antiga estima pela Várzea do Simão, cuja beleza
bucólica e aquática disse admirar.
Em minha fala,
justifiquei a homenagem, ao enaltecer a admiração que ele tinha pela localidade
e por seu esforço em tentar conseguir-lhe algum benefício e melhoria. Falei da
luta e esforço familiar para construirmos nosso pequeno sítio. Relatei que a
Fátima, dez anos antes de podermos construir a casa, plantara as árvores
frutíferas e ornamentais, que do alpendre víamos; que inicialmente a bica foi
apenas um cano preso a uma estaca rústica. Estiveram presentes, além do
homenageado e dos anfitriões: Carlos Mendes, Reginaldo, Carlos Eduardo
Coutinho, Francié e Natim Freitas.
Expliquei que o
nome Aquanindé fora uma invenção do amigo Zé Francisco Marques, por causa da
fissura do Canindé em tomar repetidos, refrescantes e revigorantes banhos, sejam
de água doce ou salgada, sejam de piscina ou de bica. Esclareci que “aqua” se
referia a água, e “nindé”, evidentemente, era as duas últimas sílabas do nome
Canindé. Encerrei minha incipiente oratória lendo os dizeres da placa: “BICAS
AQUANINDÉ – Homenagem ao Dr. Francisco de Canindé Correia, amigo do Sítio
Filomena e da Várzea do Simão”. E a tarde prosseguiu de forma auspiciosa.
Meu caro Poeta,
ResponderExcluirO Tremembé já está por merecer o seu próprio espaço nesse blog, tanto mais que o seu Diário Incontínuo já está com os dias contados. Você, como bom argonauta, mesmo não estando à procura do velocino de ouro, pois já amealhou prosperidade e poder, deverá, em breve tempo, aumentar a sua frota náutica,deixando merecido descanso no estaleiro para reparos do bravo Tremembé.As histórias desse barco encherão páginas e mais páginas ainda, para o nosso deleite. Além do mais, com um bloco como este ai das fotos acima, é peso demais para qualquer embarcação. Ficamos, pois,no aguardo de novas e interessantes histórias do já famoso Tremembé! Terra a vista, comandante Elmar!
Caro amigo Araújo,
ResponderExcluirSe o intrépido Tremembé continuar na marcha decadente em que vai, eu sou quem naufragará literal e financeiramente.