Bebeto Soares
MIMBÓ – trata-se do nome de uma
antiga comunidade da Zona Rural de Amarante, a 20 km do centro da cidade.
Pesquisadores, historiadores e imprensa de várias partes do Brasil, sempre
visitam o povoado para colherem junto aos mais velhos “mimboenses”, a origem e
cultura daquele povo simples e acolhedor.
O professor e jornalista amarantino,
Virgílio Queiroz, foi um dos pioneiros a levar o nome “MIMBÓ” para o mundo,
através de seus valiosos escritos, expressivas palestras e entrevista aos
grandes comunicadores do país. A memorável cidadã amarantina, historiadora,
poeta e escritora Emília da Paixão Costa (Bizinha), membro da cultura
amarantina, também há longos anos, forneceu dados preciosos sobre aquela
comunidade para várias pessoas, a exemplo da saudosa historiadora amarantina
Nasi Castro.
Nestes últimos anos, o povoado é
tratado também como QUILOMBO MIMBÓ devido o seu povo ser de origem africana.
Idosos da comunidade contam que tudo começou há mais de cento e cinquenta anos
atrás, quando três negros escravos, os irmãos: Francisco, Laurentino e Pedro e
as irmãs: Antônia, Benedita e Rita, fugiram de uma fazenda da região de Oeiras,
na época, Capital do Piauí, para a Zona Rural de Amarante. Os escravos,
temerosos de capturas e grandes castigos de seus donos, se esconderam num lugar
de difícil acesso repleto de grutas e penhascos nas imediações do riacho Mimbó
e rio Canindé. Lá encontraram Antônia, Benedita e Rita, pertencentes a um grupo
de negros que já residiam na localidade, e constituíram matrimônio.
Contam ainda que a família Rabelo da
Paixão, considerada descendente dos escravos fugitivos é precursora do
crescimento populacional e desenvolvimento social da comunidade MIMBÓ. Muitos
anos depois, as famílias “mimboenses” instalaram residência numa área plana,
próxima da inicial moradia dos escravos fugitivos, onde vivem até hoje. Para os
mimboenses subirem para a parte plana, abandonando as antigas moradas, foi
necessário o convencimento dos professores Cineas Santos e Virgílio Queiroz que
justificaram a mudança como algo benéfico para os habitantes, pois a parte alta
fica perto da BR, facilitando assim o intercâmbio do MIMBÓ com Amarante e
outras cidades. Além disso, havia o problema de doentes que precisavam de
tratamentos médicos e a subida até a parte alta era muito difícil. O primeiro a
subir foi um dos troncos da comunidade, Pedro Rabelo da Paixão.
Nestes últimos anos, formou-se o
ASSENTAMENTO HABITACIONAL MIMBÓ com a maioria de descendentes de escravos, próximo
à antiga moradia e à BR 343.
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