Prelúdio
Martins Napoleão (1903 - 1981)
As árvores aqui são tão altas
que as estrelas cansadas dormem
nos seus galhos.
E há tanto silêncio nos seus
vales
que o sol da tarde para,
admirado, em cima das montanhas.
Os pássaros têm um canto tão
bonito
que a madrugada nasce mais cedo
para os ouvir.
E a noite é tão clara
que as almas pensam que seja um
lago de se banharem.
Há tanta riqueza
que as águas mortas dos pauis
brilham de noite
fabulosamente:
é um delírio tão grande como o da
febre dessas águas.
A luz, de tão intensa,
atravessa a alma dos meus
patrícios:
é por isso que há tantos poetas
na minha terra.
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