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ESTRANHEZA
Hardi Filho (1934 –
2015)
Estranha, essa distância que separa
a mente que está viva da que é morta;
estranha, essa aparência pouco clara
de quem passou sem que se abrisse porta.
Estranha, grave, felizmente rara,
essa visão dual que desconforta;
estranha, também, a esperança cara
que mal gerada em nosso peito aborta!
Estranha, essa emoção de eternidade
inteligente; e quanto ao fato bruto;
estranho, esse comum que persuade.
Estranha a calma estranha a cor de um luto
e estranha muito estranha, esta saudade
amarga em nós — antecipado fruto.
Fonte: site Antonio Miranda
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