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DALILÍADA
(poema
épico inspirado na vida e na obra de Dalí)
Elmar Carvalho
I
Com seu recurvo bigode
surreal
– chifre e aguilhão –
Dalí touro e toureiro
toureia consigo mesmo.
Dali Daqui Dacolá
Daquém Dalém
de toda p’arte
de toda arte’manha manhosa
de toda ante-manhã maviosa
onde arde uma tarde
dentro da noite/dia surreal
que não é feita de preto e
branco
mas de cores (b)errantes
e nunca de pusilânimes
cores
cambiantes.
II
Ó mulher amada
de tristes olhos perdidos
parados
que o rito de tua gênese
divina sublima
de busto transparentemente
dissolvido
na neblina de agreste
solidão
que toma a forma de teus
seios
de teus seios que tomo em
minhas mãos
de teus seios que são
laranjas e maçãs.
E teus seios se fazem vales
pelas vertentes das
nádegas.
III
No “Canibalismo dos Objetos”
degluti o teu sapato
como se fora teu pé.
IV
A cúpula recôncava
se transmuda em cabeça
de mulher picassiana
e a paranóia continua
noutra cabeça deitada.
(Continua na próxima postagem)
(Continua na próxima postagem)
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